13.02.2018 Views

REVISTA_DO_INSTITUTO_GEOGRAFICO_E_HISTOR

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

março de 1825. Foi “distribuído grátis com o periódico denominado<br />

‘Independente Constitucional’ a todos os assinantes e não assinantes”,<br />

como relatou o Brigadeiro Barbuda a Pedro I, 14 dias depois (1984, p.<br />

47). O Independente Constitucional era redigido e impresso por Corte<br />

Imperial.<br />

O suposto autor das Reflexões, segundo Gordilho de Barbuda,<br />

seria Joaquim Francisco Alves Branco Moniz Barreto, filho de Joaquim<br />

Anselmo Alves Branco Moniz Barreto e formado em Direito pela Universidade<br />

de Coimbra, entre 1819 e 1824. Pedro Alexandrino Ribeiro<br />

Moreira, um dos irmãos do Moreira redator, também estudou Direito em<br />

Coimbra, tendo se matriculado em novembro de 1820, quando na Universidade<br />

reverberava o clima de efervescência política pós-Revolução<br />

do Porto. Segundo Francisco Morais (1942, p. 245), Pedro Alexandrino<br />

foi “mandado riscar da Universidade, por pertencer, como soldado da<br />

4ª Companhia, ao Batalhão de Voluntários Acadêmicos, organizado no<br />

ano letivo de 1826-1827”, evidência das tendências liberais que ostentava.<br />

Quando Joaquim Francisco e Pedro Alexandrino lá estudavam,<br />

saía daquele curso parte importante da nova geração liberal da política<br />

baiana, como os irmãos Miguel 9 e Antônio Du Pin e Almeida – parentes<br />

de Corte Imperial – e Francisco Gê Acaiaba de Montezuma – tido como<br />

um dos fundadores da carbonária Jardineira em Coimbra, ramificada<br />

na Bahia pelo seu Jardim Independência (AZEVE<strong>DO</strong>, 2010). Acrescente-se<br />

que Joaquim Francisco era sobrinho do Brigadeiro Domingos<br />

Alves Branco Moniz Barreto, aquele que em sessão do Grande Oriente<br />

do Brasil, no Rio de Janeiro de 1822, propôs o título de “Protetor e Defensor<br />

Perpétuo do Brasil” ao então Príncipe Regente. 10<br />

9<br />

Quando Miguel Calmon pretendeu rebater a Declaração Franca do General Labatut,<br />

escolheu o Grito da Razão para publicar uma carta-resposta. Veio a público no n. 14,<br />

de 30 de março de 1824. O futuro Marquês de Abrantes assim cumprimentou Moreira<br />

ao concluir sua missiva: “É do Sr. Redator, muito atento Venerador.” Disponível em:<br />

. Acesso em: 15<br />

jun. 2013. Ao saber que Labatut iria imprimir o processo ao qual foi submetido e<br />

absolvido, Moreira avisava em 20 de abril seguinte que “era bom que o Snr. Doutor<br />

Miguel Calmon apresentasse, quanto antes, a refutação à declaração franca que fez<br />

aquele General conforme prometeu em sua carta”. Grito da Razão, n. 20, disponível<br />

em: . Acesso em<br />

15 jun. 2013.<br />

10<br />

A citação é de A. Varnhagen (1962, p. 117). Ver também interessante síntese biográ-<br />

Rev. IGHB, Salvador, v. 108, p. 263/287, jan./dez. 2013 | 269

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!