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REVISTA_DO_INSTITUTO_GEOGRAFICO_E_HISTOR

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do humanista e grande reitor Dr. Edgard Santos, que estabelecia uma<br />

política de criação de instituições voltadas para a cultura, por exemplo,<br />

a criação da Escola de Teatro, a Escola de Música e o Centro de Estudos<br />

Afro-Orientais (CEAO), que foi idealizado pelo professor Agostinho da<br />

Silva, que, naquele período, vivia em Salvador e muito contribuía no<br />

sentido de desenvolver nossos valores, pensando em um intercâmbio<br />

com a África e outros países do Ocidente.<br />

Salvador ficou conhecida como a célula mais importante da<br />

América Latina, por volta de 1959 até meados de 1962, no período<br />

em que foi criada a Escola de Teatro e, chegando à cidade, também,<br />

Martim Gonçalves, pernambucano, a convite do reitor da Universidade<br />

Federal da Bahia, Dr. Prof. Edgar Santos, que o chamou para dirigir a<br />

referida escola. Mais tarde é criada, em consequência da Escola de Teatro,<br />

o Teatro Vila Velha, sob a direção de João Augusto Azevedo. Tudo<br />

estava refletindo na determinação de uma política de cultura definida<br />

em seu favor, quando o povo acompanhava e a Câmara de Vereadores<br />

participava como se estivesse ocorrendo uma ordem de ambos os lados<br />

norteando a vida de uma cidade. Com a criação da Escola de Música,<br />

por Hans-Joachim Koellreutter, a Bahia ganhava a Orquestra Sinfônica<br />

da Bahia, o Coral Madrigal, a cidade despertava para uma nova vida.<br />

Diante de tudo que tenho colocado, que tenho observado sobre política<br />

cultural, me questiono o que ocorreu de verdade com esta cidade. Onde<br />

encontrar a resposta para tantas indagações sobre política cultural para<br />

Salvador?<br />

Difícil uma resposta para questões tão delicadas pelas quais passa<br />

esta cidade, se compararmos com a preservação cultural, por exemplo,<br />

de Pernambuco, que tem se apresentado como pioneira no cuidado<br />

com a mais autêntica cultura nordestina, fazendo prevalecer a referência<br />

ao caboclo, figura ímpar na importância da formação e miscigenação<br />

deste país. Segundo Caldas Aulete (1987), a definição para tal termo é<br />

“Caboclo (ô), s.m. (Brás.) indígena brasileiro de pele acobreada. Mulato<br />

de cor acobreada, descendente de índios. Mestiço de branco com<br />

índio. Sertanejo (homem do sertão, de pele queimada pelo sol, caipira,<br />

roceiro, sujeito desconfiado ou traiçoeiro. Entre os garimpeiros, seixos<br />

tintos por óxido de ferro. O mesmo que cabapiranga. Lei, linha ou religião<br />

do caboclo.”<br />

Rev. IGHB, Salvador, v. 108, p. 47/53, jan./dez. 2013 | 51

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