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REVISTA_DO_INSTITUTO_GEOGRAFICO_E_HISTOR

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Razão” o que na verdade cooperou muito para<br />

cessar a cruel perseguição que se fazia aos portugueses,<br />

e até foi o autor de um requerimento<br />

em que se pedia a anulação da decantada Ata<br />

de 17 de Setembro, digo de Dezembro de 1823;<br />

sempre rebateu por meio de seus escritos as<br />

infernais doutrinas dos demagogos do Recife,<br />

concorrendo por esta maneira a fazer com que<br />

um tão pernicioso sistema não progredisse nesta<br />

Província no dia 1º de Abril, em que uns poucos<br />

militares furiosos e paisanos anarquistas foram<br />

à Câmara para depor às autoridades e ao Exmo.<br />

Presidente da Província, ele foi à Câmara a fim<br />

de pacificar as desordens daquele dia e esteve,<br />

então, em risco iminente, sofreu por maneira<br />

tal perseguição dos anarquistas que se viu na<br />

indispensável obrigação de andar armado, de<br />

trazer seus escravos também armados, para sua<br />

defesa [...]. Logo que aconteceu o desastroso<br />

movimento da insubordinada tropa do dia 25 de<br />

Outubro [...] foi imediatamente para Abrantes,<br />

e parece que já se multiplicava, pois aparecia já<br />

na Cidade, já em Pirajá, já a bordo da corveta<br />

Maria da Glória [...], a benefício da causa pública,<br />

para manter o juramento prestado para ser<br />

fiel ao Nosso Imperador [...].<br />

Destaco especialmente o último trecho do atestado de Moniz<br />

Barreto, no qual afirmou: “[...] juro sob minha palavra de honra, pois<br />

sou incapaz de proteger demagogos e anarquistas, tendo-lhe sempre feito<br />

claramente toda a oposição.” Por que teve o cuidado de realizar tal<br />

juramento, único do gênero entre os sete atestados sobre Moreira? Teria<br />

a intenção de livrar-se, aos olhos do Imperador, de alguma suspeita a<br />

recair sobre sua família pelos eventos daquele agitado ano de 1824?<br />

Não por nada, três meses depois, ofícios (igualmente transcritos por<br />

Berbert de Castro) do Brigadeiro, Comandante das Armas e Presidente<br />

da Comissão Militar, José Egídio Gordilho de Barbuda, faziam ciente<br />

ao Imperador e ao Ministro da Guerra (João Vieira de Carvalho), a prisão<br />

de Corte Imperial, por ter se recusado a revelar a autoria de um escrito<br />

por ele impresso, intitulado Reflexões sobre a Comissão Militar...,<br />

assinado com as iniciais B* B* e vindo a lume em Salvador a nove de<br />

268 | Rev. IGHB, Salvador, v. 108, p. 263/287, jan./dez. 2013

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