REVISTA_DO_INSTITUTO_GEOGRAFICO_E_HISTOR

sobre os reflexos da recente independência nas páginas do periódico
baiano Grito da Razão, publicação de iniciativa de Vicente Ribeiro Moreira,
que possuía tipografia própria na Cidade do Salvador. O professor
explicou o papel didático desempenhado em 1824 por esse periódico
quando fornecia ao público informações sobre o processo de redação e
votação da nova constituição e assim auxiliava o leitor a entender como
isso influenciaria na vida da Nação e de cada cidadão brasileiro. A palestra
do professor Lucas Junqueira foi seguida de debate e o público
dirigiu questões a todos os palestrantes. O vice-presidente do IGHB,
ex-desembargador Eduardo Jorge Magalhães, mostrou especial interesse
de como a censura atuava naqueles dias da década de 1820, permitindo
respostas que arriscaram comparações com os procedimentos dos
dias de hoje. No encerramento, o presidente da ABI, jornalista Walter
Pinheiro, que prestigiou o evento desde o início, fez breve análise da
situação da imprensa brasileira nos dias do hoje, face às novas tecnologias
e às trepidações na economia e na política nacionais.
Quiçá frutifiquem os estudos sobre a imprensa nos episódios da
independência baiana para que possamos colher resultados substanciais
em 2018, quando transcorre os 195 anos do Dois de Julho, e, mais ainda,
em 2023, quando festejaremos o bicentenário da independência da
Bahia. Parece açodamento pensar em algo que ainda irá acontecer daqui
há alguns anos. A prudência e a seriedade recomendam iniciar as
providências para que o Dois de Julho de 2023 venha a ser premiado
com obras (o professor Ubiratan Castro teria deixado o esboço do que
poderia ser o memorial da data), livros, monumentos e novas ideias.
Que nos próximos anos nos encaminhemos para o portal de 2023 e o
atravessemos para alcançar dias muito melhores.
Axé-Amém!
200 | Rev. IGHB, Salvador, v. 108, p. 197/200, jan./dez. 2013