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zitana e editor de textos clássicos da história portuguesa. Falecido em 1820, não há qualquer notícia de que passou ao Brasil ou tenha incorrido diretamente nesta publicação da Tipografia de Seva. Então, coube a Macedo traduzir do português para o latim, língua que dominava com fluência, está “Editio Prior Brasilica”. O outro livro de filosofia publicado na Serva foi o de Eduardo Job, Institutiones philosophiae praticae, sive principia ethicae universalis atque specialis, juris naturae, ac politicas. Bahiae : Typis Emmanuelis Antonii da Silva Serva 1817, com 214 páginas, considerada “muito apreciadas pelos jesuítas da época”. Esses dois livros eram, aliás, os preferidos de Macedo no ensino da filosofia, como ele próprio confessaria: “[...] Tem-se feito muitas Logicas e Metaphisicas; mas todas são muito inferiores á de Genuense (...). A Ethica de Heinecio he huma mystica secante; e a de Job, que he melhor, seria hum compendio digno com alguma correção”. 54 Assim, é possível considerar que Macedo publicou estes dois livros como compêndios para seus alunos de filosofia. Além disso, esses impressos poderiam lhe ajudar a obter, em meio às denúncias que o ligava a maçonaria em 1817, a confirmação no cargo de professor régio de filosofia por D. João VI, pois estava tendo problemas em relação a isso, como sugere o manuscrito abaixo endereçado ao próprio monarca: Ignacio José de Macedo, Pregador Regio, e Lente de Filosofia na Cidade da Bahia, não podendo hir beijar as Mãos de V. Exmo. e procurar pressoalmente a Sua Alteza Protecção, toma a ousadia de representar o seguinte: O Ex.mo Snr Conde dos Arcos pela amizade com q. sempre me honrou proveo-me na Cadr. de Filosofia [ilegível] pelo Despacho de Francisco Carneiro de Campos a Juiz de Orfaos desta Cidade. Este provimento foi feito em virtude da Carta Regia, q. manda prover as Cadeiras Vagas pelo Gov. de acordo com o Arcebispo, precedendo [ilegível] e ficou o Supperior na posse da Cadeira o Remetendo porem o Supperior a Sua Provisão ao Dezembargo do Passo por vir confirmada segundo o estillo, accontece q.` ha mais de 2 annos 54 O Velho Liberal, n. 10, 1826, p. 95.; n. 46, 1827, p. 603.; n. 49, 1834, p. 460. 240 | Rev. IGHB, Salvador, v. 108, p. 221/262, jan./dez. 2013
não tem sahido a confirmação, ou por malicia de procuradores, ou porq. alguns pertendentes a Cadeira tem embaraçado a confirmação athe q. sahido daqui o Snr. Conde dos Arcos podessem obter a Cadeira por Decreto obrepticio. Nestas circunstancias ininteligiveis não tem o Supperior outro remédio / como o mesmo Snr. Conde dos Arcos lhe ordenou / senão escrever a V. Exma, por exigir q. Sua Majestade confirme por hum Decreto a posse da Cadeira q.` está provido segundo as Regias Ordens. O procurador do Supperior aprezentara a V. Exma. a Provisão do Snr. Conde dos Arcos, e do falecido Arcebispo para q. de huã vez cessem tão suspeitosas delongas, e por q. alguã trama não perturbe a posse em q. o Supperior se acha, desempenhando a sua obrigação como bem poderá informar que se dignou dar-lhe a Cadeira. O Supperior toma a confiança de esperar a mencionada Graça com muita justiça porq. mereceo a Cadeira por Seu exame publico; e mereceo, q. Sua Majestade o fizesse Seu Pregador Sem q. o Supperior o pedisse, mas pelo Agrado, q. mereceo a Oração pregada, e impressa por ocasião da elevação do Brazil a Reino. Il. mo , e Ex. mo Senhor. Deos Guarde [folha de trás] Regia [...] o Avizo de 6 de Abril de 1818. 55 Ignacio de Macedo alcançaria a confirmação para a referida cadeira em 1819. Além de professor e jornalista, foi também poeta, publicando versos laudatórios em 1817, na Relação do Festim, que ao Illmº. e Exmº. Senhor D. Marcos de Noronha e Brito, VIII Conde dos Arcos, volume de 64 páginas que contém deste autor uma Invocação (p. 14 e 15) e o Elogio ao Commercio (p. 28 a 34). O padre foi um poeta medíocre, um orador oportunista, um professor respeitado, mas principalmente um jornalista atuante o suficiente para protestar contra 55 BNRJ, Coleção Documentos biográficos, C-0081,007. MACE<strong>DO</strong>, Ignacio Jose, Requerimento encaminhado ao Ministério do Império, solicitando confirmação de propriedade da cadeira de filosofia da Bahia. [S.l.], 1817. Rev. IGHB, Salvador, v. 108, p. 221/262, jan./dez. 2013 | 241
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