REVISTA_DO_INSTITUTO_GEOGRAFICO_E_HISTOR

Isto é uma definição de política cultural pequena. Não preenche
a lacuna existente em nossa cultura, mas é um passo, e espero que possa
continuar contribuindo no sentido de governo, instituições particulares,
empresas, em determinado momento, sintam a necessidade de sentar
em torno de uma mesa e definir diretrizes para preservar o que temos
de mais valioso: depois da educação, a cultura. Uma grande experiência
talvez com os memoriais não seja só a classificação, catalogação e indexação
dos livros, mas, em sua maioria, o material que o pesquisador,
historiador, guardou, preservou, junto do seu acervo e que precisa ser
trabalhado, indexado, criando arranjos, fundos, fazendo check list, no
sentido mais importante de trazer à luz da pesquisa a recuperação da
informação que possa atender a seu usuário com mais exatidão.
Tenho buscado pesquisar cada vez mais, em instituições diversas,
que tipo de trabalho vem sendo desenvolvido, qual objetivo e se
pretende fazer publicação, catálogo ou divulgação através de mídias
digitais, para que o público interessado tenha conhecimento do desenvolvimento
dos trabalhos culturais para a preservação de nossa cultura.
Como política cultural, fica entendida uma geração e determinação
de diretrizes estabelecidas previamente por uma comissão idônea de
associações ou grupo de instituições governamentais, ou não, com reconhecimento
de utilidade pública com as quais as propostas foram estabelecidas.
Pesquisando um pouco mais sobre instituições culturais na
Cidade de Salvador, deparei-me com documentos da extinta SUTUR-
SA – Superintendência de Turismo da Cidade de Salvador, que foi um
dos primeiros órgãos a trabalhar com política cultural para a cidade, e
pude perceber, também, através de alguns documentos, a preocupação
da referida instituição quanto a estabelecer uma política nesse sentido.
Funcionava no coração da cidade, no antigo Belvedere da Sé. A
documentação consultada foi a do período em que a superintendência
esteve sob direção de Gumercindo da Rocha Dórea, quando os documentos
consultados deixam clara a preocupação quanto à preservação
e ao resgate das manifestações culturais, como festas de largo, ternos,
informes históricos. Havia uma fiscalização, no sentido de não permitir
que se utilizassem elementos que não fizessem parte do contexto da cultura
e de cada época. Naquele tempo, a Cidade de Salvador desenvolvia
uma política cultural com a Universidade Federal da Bahia, sob a batuta
50 | Rev. IGHB, Salvador, v. 108, p. 47/53, jan./dez. 2013