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CAPÍTULO 4<br />
Gestão da assistência farmacêutica no SUS: uma abordagem<br />
estratégica e orientada para resultados<br />
O farmacêutico na assistência<br />
farmacêutica do SUS: diretrizes para ação<br />
de custos, entre tantas outras questões. Têm-se, assim, muitos elementos<br />
concretos do cotidiano da gestão em assistência farmacêutica no SUS que,<br />
mais do que nunca, demandam uma gestão estratégica como modelo para<br />
que se tenha maiores chances de lograr êxito na condução dessa área.<br />
O uso do planejamento estratégico e da ferramenta de gestão, denominada<br />
Ciclo Shewhart ou Ciclo de Deming, dá sustentação e constitui os pilares<br />
de uma gestão estratégica, possível de ser adotada na assistência farmacêutica.<br />
Ressalte-se que, na gestão com foco na entrega de resultados concretos<br />
para a sociedade, o pragmatismo é muito importante, visto que conseguir<br />
realizar, efetivamente, todas as ações planejadas, com eficácia e eficiência, é<br />
tão ou mais desafiador do que identificar o que precisa ser feito para superar<br />
os problemas priorizados.<br />
4.2.1 O Planejamento Estratégico e o Triângulo de Governo<br />
Conforme já abordado no Capítulo 3, o planejamento é uma importante ferramenta<br />
para a gestão da assistência farmacêutica, em especial o Planejamento<br />
Estratégico Situacional (PES), que é um modelo bem aplicável por meio dos seus<br />
quatro momentos: explicativo, normativo, estratégico e tático-operacional. Não<br />
é por acaso que essa ferramenta ancora uma gestão estratégica, além de representar<br />
um contra movimento ao improviso na função administrativa, pois é, de<br />
certa forma, um cálculo situacional amplo e sistêmico, que deve sempre preceder<br />
e orientar, estrategicamente, todas as ações.<br />
Considerando que esse tema já foi detalhado no Capítulo 3, será destacado<br />
nesta seção somente um novo aspecto, por se entender melhor situado neste contexto,<br />
onde se reflete sobre a efetiva implantação do plano. Trata-se da importância<br />
da governabilidade, entendida como vital para o êxito na gestão, pensada sob<br />
a ótica Matusiana.<br />
Segundo o pensamento estratégico de Matus (1993), o processo de governar<br />
não é exclusividade nem monopólio de um único ator social, mesmo<br />
que ocupe o posto mais elevado em um setor, organização ou país e detenha<br />
o controle dos recursos financeiros. Governar é algo complexo e coletivo, em<br />
que quem governa não é um indivíduo, mas uma composição dinâmica entre<br />
diversos atores.<br />
Como vários outros atores também possuem governança parcial em um<br />
dado contexto, segundo Matus essa questão é extremamente estratégica<br />
para que um plano seja exitoso, assim, explicando sob a ótica do que denominou<br />
“Triângulo de Governo”. Esse triângulo representa o entendimento<br />
de que três variáveis são interdependentes e devem estar articuladas, constantemente,<br />
para que a governabilidade se verifique, conforme demonstra a<br />
Figura 2, a seguir (MATUS, 1994).<br />
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