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CAPÍTULO 8<br />
Pesquisa e desenvolvimento de novos fármacos e a regulação do<br />
mercado em saúde no Brasil: desafios para a garantia do acesso<br />
O farmacêutico na assistência<br />
farmacêutica do SUS: diretrizes para ação<br />
O perfil de demandas por novas tecnologias pela via judicial e a avaliação das<br />
demandas apresentadas à CONITEC confirmam a mudança no trabalho de marketing<br />
das empresas nos últimos anos, que investem não só nos profissionais médicos,<br />
principais prescritores, mas na inclusão de novos produtos no setor público<br />
e em advogados para a garantia do financiamento dos medicamentos por meio<br />
judicial. Esse é mais um desafio apresentado à regulação do mercado farmacêutico<br />
no Brasil.<br />
De acordo com Bonfim (2006), nos países desenvolvidos em que existe subsídio<br />
do governo para os produtos farmacêuticos, a análise do aumento do uso de<br />
medicamentos biológicos é decisiva. Igualmente importante para o Brasil, esses<br />
dados requerem estudo adequado, porque o SUS tem que responder à crescente<br />
exigência de fármacos novos para tratamentos que só deveriam ser instituídos,<br />
primeiro, sob o amparo da relação benefício–risco e, logo, custo–efetividade.<br />
De acordo com Drummond e colaboradores (2005), ao se considerarem as<br />
condições de escassez e incerteza dos recursos em saúde, os gestores devem decidir,<br />
constantemente, quais estratégias devem ser adotadas para obter resultados<br />
duradouros em saúde. Os estudos de economia são uma importante ferramenta,<br />
que busca a compreensão das decisões de alocação de recursos tanto médicos<br />
como não médicos, os quais afetam a saúde. Nesse contexto, a farmacoeconomia<br />
representa um valioso instrumento de suporte para a tomada de decisão. A<br />
avaliação e o planejamento de investimentos baseados em uma distribuição mais<br />
racional de recursos permite a conciliação das necessidades em saúde com as<br />
possibilidades de custeio, tanto individual, como dos provedores e dos sistemas<br />
públicos de saúde.<br />
Enfim, os gastos para assegurar o financiamento público de medicamentos<br />
têm mostrado tendência ininterrupta de crescimento no SUS. Uma das grandes<br />
ameaças à integridade dos sistemas de saúde é enveredar-se em uma espiral de<br />
medicalização e incorporação tecnológica, sem a devida análise crítica de benefícios<br />
e custos. Avaliações econômicas em saúde e, mais especificamente, em medicamentos,<br />
são cada vez mais relevantes na gestão do setor e têm sido realizadas<br />
em diversos países, com frequência crescente (ANDRADE, 2008).<br />
REFERÊNCIAS<br />
ACÚRCIO, F. A. Medicamentos: Políticas, Assistência Farmacêutica, Farmacoepidemiologia e<br />
Farmacoeconomia. Francisco de Assis de Acúrcio (org.). Belo Horizonte: Coopmed, 2013. 320p.<br />
ALBUQUERQUE, E. da M.; CASSIOLATO, J. E. As Especificidades do Sistema de Inovação do<br />
Setor Saúde: Uma Resenha da Literatura como Introdução a uma Discussão sobre o Caso Brasileiro<br />
Estudo FESBE I. Belo Horizonte: FESBE, 2000.<br />
ANDRADE, E. I. G. et al. A judicialização da saúde e a política nacional de assistência farmacêutica<br />
no Brasil: gestão da clínica e medicalização da justiça. Rev. Med. Minas Gerais, v. 18, n. 4<br />
Supl 4, p. S46-S50, 2008.<br />
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