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CAPÍTULO 6<br />

Acesso aos medicamentos no SUS<br />

O farmacêutico na assistência<br />

farmacêutica do SUS: diretrizes para ação<br />

no Componente Básico e os pagos pelo Ministério às unidades próprias do Programa<br />

Farmácia Popular. Dos 52 itens analisados, 48 (92%) são comprados a preços<br />

inferiores pela Secretaria de Estado, a partir de pregão eletrônico para registro de<br />

preços.<br />

É certo que nenhuma conclusão pode ser obtida pela análise simples dos<br />

números e, realmente, devem ser divergentes, pois os valores pagos pelo Ministério<br />

consideram os custos de dispensação pela rede particular conveniada. Porém, a<br />

grande diferença observada aponta a necessidade de um melhor entendimento<br />

desses custos. Será que os gastos envolvendo os processos licitatórios, a logística<br />

e a dispensação na rede pública justificam as grandes diferenças observadas? Sem<br />

dúvida, fazem-se necessárias análises econômicas que possibilitem a discussão da<br />

racionalidade dos investimentos realizados e, também, os efeitos indesejados em<br />

relação à rede pública de farmácias municipais.<br />

Análise realizada por Santos-Pinto e colaboradores (2011) verificou que mais<br />

de 70% dos medicamentos do Programa Farmácia Popular também fazem parte<br />

do elenco dos Componentes da Assistência Farmacêutica. Em decorrência das diferenças<br />

de valores observadas, a sobreposição de listas do Farmácia Popular e<br />

dos Componentes de financiamento da Assistência Farmacêutica pode gerar uma<br />

concorrência negativa no mercado. Para as empresas fabricantes e distribuidoras,<br />

torna-se mais vantajoso vender para o varejo privado do que concentrar as vendas<br />

nos processos de compras públicos, nos quais os preços são muito inferiores.<br />

Como os fornecedores regionais são os mesmos na maioria dos casos, outro efeito<br />

indesejado que já tem sido observado é a elevação dos preços ofertados nos certames<br />

licitatórios, realizados pelas secretarias de saúde.<br />

Outro ponto importante é que a oferta de itens coincidentes, por meio das<br />

diferentes estratégias, pode gerar duplicidade de atendimento, ou seja, um paciente<br />

pode receber o mesmo medicamento na farmácia pública municipal e pelo<br />

programa Aqui tem Farmácia Popular, devido à inexistência de integração entre<br />

os sistemas informatizados do programa e os implantados no SUS. Nesse sentido,<br />

é preciso que seja discutida, de forma mais aprofundada, a relação entre o PFPB<br />

e os princípios do SUS, buscando avaliar, de maneira consistente, sua real viabilidade<br />

no contexto da saúde no país. Além disso, é necessário que seja garantido o<br />

acesso aos medicamentos com os menores custos possíveis para o sistema e para<br />

o usuário (SANTOS-PINTO et al., 2011).<br />

Análise também relevante deve ser feita sobre o fato de que o fornecimento<br />

de medicamentos pelas farmácias públicas pressupõe a atuação do farmacêutico<br />

como membro de uma equipe multiprofissional. Nesse contexto, a dispensação<br />

de medicamentos é parte do cuidado integral em saúde. Em contraposição, as<br />

unidades credenciadas pelo “Aqui tem Farmácia Popular”, normalmente, realizam<br />

apenas uma entrega ou venda de produtos, não havendo trabalho integrado destas<br />

unidades com as equipes de saúde locais, e não gerando informações para<br />

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