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O farmacêutico na assistência<br />

farmacêutica do SUS: diretrizes para ação<br />

CAPÍTULO 4<br />

Gestão da assistência farmacêutica no SUS: uma abordagem<br />

estratégica e orientada para resultados<br />

ainda, no setor saúde, visto que são “organizações profissionais”, nas quais os colaboradores<br />

possuem significativa autonomia nas decisões relativas à sua própria<br />

conduta e na realização dos procedimentos, dificultando o controle, a normalização<br />

e a governança dos diferentes processos de trabalho desenvolvidos no varejo<br />

de um sistema fragmentado.<br />

Quando essas organizações de saúde são públicas, os desafios existentes<br />

para a gestão de pessoas são maiores do que no setor privado, devido às amarras<br />

legais, administrativas e políticas que limitam o gerenciamento pela meritocracia,<br />

principalmente pelas dificuldades em se implantar um sistema de avaliação<br />

e incentivo ao desempenho objetivo, flexível e impessoal. Num ambiente assim,<br />

com o engessamento administrativo dos gerentes, faltam ferramentas de gestão<br />

de pessoas e existe pouco espaço para políticas de longo prazo nessa área, comprometendo,<br />

sobremaneira, a motivação, a eficiência e eficácia na implantação de<br />

uma política e na consequente produção dos resultados necessários. Acrescentese<br />

a essas restrições o fato de que, por natureza e independentemente da organização,<br />

as pessoas tendem a resistir a mudanças, configurando um dos grandes<br />

entraves para a modernização na gestão. Por essa razão, no SUS em geral – e na<br />

assistência farmacêutica inclusive –, um bom gerenciamento de pessoas constitui<br />

fator fundamental para uma Gestão Estratégica e Orientada para Resultados<br />

(GEOR).<br />

A inexistência, no Ministério da Saúde e na maioria das secretarias de saúde,<br />

de uma política de recursos humanos, que inclua plano de carreiras e salários,<br />

única para o SUS representa outro importante desafio nessa área da gestão. Em<br />

muitas instituições, as precárias condições de trabalho e dos vínculos, associadas<br />

aos salários não condizentes com as responsabilidades assumidas pelos gestores<br />

e profissionais de saúde e à falta de perspectivas de carreira, dificultam a fixação<br />

dos bons profissionais.<br />

Apesar dessas limitações existentes, há necessidade de se trabalhar a motivação<br />

dos servidores e, para isso, é importante criar uma política de avaliação e<br />

incentivo ao desempenho. Portanto, se os principais agentes da mudança na organização<br />

são os colaboradores, certamente a implantação de um modelo gerencial<br />

empreendedor na gestão pública, inclusive na assistência farmacêutica, deve demandar<br />

uma atenção especial para a gestão das pessoas. Estas, como atores-chave<br />

desse processo, é que operacionalizarão as mudanças necessárias, de dentro<br />

para fora, até alcançarem a satisfação dos usuários.<br />

Assim, para que se tenha êxito, faz-se necessário ir além da mera observação<br />

e do cumprimento das questões legais trabalhistas. É fundamental contemplar a<br />

busca pela automotivação e pelo comprometimento de todos da equipe, em uma<br />

concepção ampliada, em que a meritocracia esteja presente. Nesse caso, o papel<br />

do gerente é estratégico. Os gerentes da assistência farmacêutica, por exemplo,<br />

que ocupam posições hierárquicas intermediárias, desempenham uma função<br />

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