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CAPÍTULO 5<br />

Avaliação da assistência farmacêutica<br />

O farmacêutico na assistência<br />

farmacêutica do SUS: diretrizes para ação<br />

Como já destacado no conceito, a avaliação deve ser uma das ações da assistência<br />

farmacêutica. Nos serviços de saúde, a prática da avaliação deve estar inserida<br />

na rotina e ser um instrumento da gestão, como o planejamento. Percebe-se,<br />

contudo, uma barreira criada nos processos de trabalho em relação à avaliação.<br />

Na prática, avaliar parece ser algo punitivo, por isso é pouco incorporado nas rotinas<br />

e não é visto como instrumento para qualificar a assistência farmacêutica.<br />

As avaliações no âmbito da assistência farmacêutica, realizadas na lógica da<br />

tríade de Donabedian (estrutura-processo-resultado), têm recebido investimento<br />

e vêm demonstrando resultados isolados, às vezes, por levarem em consideração<br />

somente aspectos relacionados à estrutura ou ao processo; poucas vezes são realizadas<br />

avaliações que consideram os resultados da assistência farmacêutica. A<br />

estrutura, o processo e o resultado podem não ter uma conexão direta e gerar um<br />

juízo de valor na avaliação da assistência farmacêutica sem muitos subsídios, pois,<br />

em alguns serviços, a falta de estrutura dificulta o alcance dos resultados ou limita<br />

o desenvolvimento dos processos. Uma excelente estrutura ou processos adequados<br />

também não garantem o avanço nos resultados de assistência farmacêutica.<br />

Quando se está tratando dos resultados de uma avaliação no serviço, é preciso<br />

levar em consideração que estes são subsídios que podem influenciar a tomada<br />

de decisão do gestor, e devem ter o potencial de direcionar para uma mudança<br />

em caso de um resultado que não atingiu o propósito estabelecido para a ação.<br />

Ao fazer uma avaliação, é importante que o farmacêutico faça o seguinte questionamento:<br />

Onde queremos chegar? Qual o resultado esperado da assistência<br />

farmacêutica?<br />

Ter clareza do objetivo e da ação é um dos passos para alcançar os resultados<br />

desejados. A meta de um serviço deve estar direcionada pelo planejamento<br />

e, quando necessário, orientada por uma avaliação. A avaliação exige a emissão<br />

de um juízo de valor e só tem sentido com o direcionamento de um propósito, ou<br />

seja, com a finalidade da ação.<br />

No âmbito nacional, uma avaliação importante na assistência farmacêutica<br />

foi realizada pelo Departamento de Assistência Farmacêutica do Ministério da Saúde<br />

(DAF/MS), em conjunto com a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS),<br />

entre os anos de 2003/2004, intitulada “Avaliação da Assistência Farmacêutica<br />

no Brasil: Estrutura, processo e resultados” (OPAS, 2005). Esse estudo teve como<br />

objetivo avaliar os resultados das políticas farmacêuticas por meio do acesso, da<br />

qualidade e do uso racional de medicamentos. Naquele momento, em especial, a<br />

avaliação permitiu visualizar um panorama da situação da assistência farmacêutica<br />

nos aspectos antes abordados, à luz da metodologia proposta pela Organização<br />

Mundial da Saúde (OMS), podendo contribuir para a construção de estratégias<br />

de intervenção e estabelecimento de um modelo de monitoramento da política<br />

de medicamentos no Brasil. Após 10 anos da Política Nacional da Assistência Farmacêutica,<br />

o panorama da área é diferente, sendo possível observar, na realidade<br />

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