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CAPÍTULO 10<br />

A assistência farmacêutica e o controle social<br />

O farmacêutico na assistência<br />

farmacêutica do SUS: diretrizes para ação<br />

A assistência farmacêutica<br />

e o controle social<br />

Lorena Baia de Oliveira Alencar<br />

Mirtes Barros Bezerra<br />

Fernanda Manzini<br />

10.1 Participação e controle social<br />

A consolidação do ideário da participação social tem seu marco inaugural na<br />

Constituição Brasileira de 1988 que prioriza a construção democrática, pautada<br />

pela participação da sociedade civil na construção de políticas públicas. O conceito<br />

de sociedade civil já passou por várias concepções e significados no Brasil e continua<br />

sofrendo reformulações que acompanham, em linhas gerais, os momentos<br />

da conjuntura política nacional e a trajetória das lutas políticas e sociais do país.<br />

O final dos anos 70 foi marcado pela introdução definitiva dos termos no<br />

vocabulário corrente e passou a ser objeto de elaboração teórica. O estímulo para<br />

a participação social surgiu, segundo Gohn (2004), a partir da necessidade de luta<br />

contra uma herança político-cultural autoritária e centralizadora, vivida durante o<br />

regime militar, que impunha um estado não democrático, com políticas públicas<br />

que privilegiavam o grande capital, considerando apenas as demandas de parcelas<br />

das camadas médias e altas da população, que alavancavam o processo de acumulação<br />

das emergentes indústrias, filiais das empresas multinacionais.<br />

O modelo então entendido como ideal a ser exercitado era o da participação<br />

direta e de forma autônoma, nos locais de moradia, trabalho, estudo etc. Nesse<br />

período, como bem analisou Sader (1988), novos atores entraram em cena, destacando-se<br />

os movimentos populares urbanos, reivindicatórios de bens e serviços<br />

públicos além de terra e moradia; acrescidos, ainda, de parcelas dos então chamados<br />

novos movimentos sociais, em luta por mais liberdade e justiça social.<br />

O significado atribuído à sociedade civil começa a alterar-se com a saída dos<br />

militares do poder em 1985. Uma pluralidade de novos atores surge decorrente de<br />

novas formas de associativismos, que emergem na cena política, agora com a fixação<br />

de suas metas de lutas e conquistas na sociedade política, especialmente nas<br />

políticas públicas. O conceito de cidadania passa a ter uma relevância tal qual o de<br />

autonomia, destacando-se a questão dos direitos civis e políticos, como nas lutas<br />

populares por melhorias na qualidade de vida urbana, previstas no texto da Carta<br />

Magna Brasileira (1988). Nela a cidadania ganha novo contorno - como cidadania<br />

coletiva – e extrapola a demanda pelos direitos civis, para incluir outros direitos,<br />

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