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Baixar - Brasiliana USP

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MYSTERIO DA TIJUCA 115<br />

— Queira Deus que te não suc- e era preciso que Augusto improceda<br />

alguma cousa!... Observou o visasse um corrimão para que os<br />

pae de Olympia, assim que a pilhou companheiros pudessem subir.<br />

só. — Tu andas fraquinha, minha<br />

filha, e não deves abusar muito I<br />

E, só depois de muito mattejar, foi<br />

que os três chegaram a um ponto<br />

— Ora! disse ella, sacudindo os mais elevado da montanha, que se<br />

hombros — Não hei de morrer de debruçava pittorescamente sobre um<br />

velhice. Além de que o medico acon­ valle profundo e sombrio.<br />

selhou-me qu e fizesse exercício! — E' alli em baixo a gruta! excla­<br />

— Mas não indo á gruta, aqual, ao mou Augusto, apontando para o<br />

que ouvi dizer, é um logar bastante valle. E' preciso descobrirmos a des­<br />

longe d'aqui e quasi inaccessivel! cida. Ah! Eil-a! Por aqui! por aqui!<br />

— Não deve ser tanto assim ! Cuidado no sentar o pé, porque*esta<br />

A's duas horas puzeram-se todos a pedra escorrega muito!<br />

caminho. O commendador não re­ Gregorio dava a mão a Olympia,<br />

sistiu ao desejo de acompanhar á e ajudava-a na descida. Ella quasi<br />

filha, mas no fim de subir duzentos não fallou por toda a viagem, mas<br />

passos já elle não podia ir adiante. sentia um grande encanto n'aquillo<br />

Em balde procurou convencel-a que tudo.<br />

deviam todos voltar; Olympia, apezar Nunca fizera um passeio tão pe­<br />

de muito cançada, declarou que o noso. Nnnca houvera visto de perto<br />

pae queria um absurdo e continuou osrebentões das mattas,que formam<br />

a caminhar.<br />

a nossos olhos os mais caprichosos '<br />

O commendador ainda tentou subir arabescos; nunca se penetrara d'esse<br />

' alguns passos, mas toda a sua boa ar embalsamado dos campos, que<br />

vontade nada conseguiu,e elle assen­ nos alegra o sangue e nos faz amar a<br />

tou-se com os outros companheiros, natureza; nunca ouvira os sons<br />

que haviam desistido igualmente. eólios da floresta, que nos despertam<br />

Pouco depois voltavam para casa. na alma as notas adormecidas da in­<br />

Só três não desistiram— Olympia, fância; nunca bebera a luz do sol,<br />

Gregorio e o Augusto.<br />

depois de filtrada por uma abobada<br />

Este ultimo ia á frente rompendo de verdura, e nunca ouvira tão perto<br />

a marcha, o que aliás pouco lhe cus­ o concerto amoroso dos pássaros e o<br />

tava, graças a destreza de que dis­ crepitar harmonioso das folhas secpunha<br />

e ao seu vivo instincto de cas, que estalam ao sol.<br />

mateiro. A's vezes o caminho fe­ Ao chegaram" ao fundo sombroso<br />

chava-se de todo ou tomava uma do valle. Olympia não poude conter<br />

direcção despercebida á primeira a com moção. Era um lugar ameno,<br />

vista, Augusto suspendia-se então mysterioso, cheio de encantos. De lá<br />

por um cipó, ou singraya por entre o não se via a terra, nem se via o céo,<br />

matto, e gritava pouco depois aos tudo era verdura.<br />

companheiros— Torrfem á esquerda ! O chão desapparecera, alastrado<br />

Cá está o caminho ! Cuidado com os pelas trapoerabas, que recamavam<br />

espinhos á direita! Outras vezes a a gramma macia com as suas mi­<br />

ladeira tornava-se íngreme de mais, mosas floresinhas azues. Das arvores

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