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Baixar - Brasiliana USP

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26<br />

— Bem, accrescentou elle — por<br />

ora nada mais temos a perguntar.<br />

V. Ex. pôde retirar-se e esperar que<br />

a citem para um novo interrogatório.<br />

Julia retirou-se com efFeito, e a<br />

segunda testemunha foi introduzida<br />

no gabinete do chefe.<br />

Era o velho Jacob, criado de Gregorio.<br />

— Espere um instante, disse o<br />

chefe, indo até a porta, por onde vira<br />

passar um policia secreta.<br />

— Então ? ! Perguntou-lhe em voz<br />

baixa — descobrio alguém que possa<br />

esclarecer o negocio ?<br />

— Sim, Sr. chefe.<br />

— Quem é ?<br />

— Uma mocinha italiana, que, em<br />

companhia do irmão, toca bandolim<br />

nos cafés.<br />

— Ah ! fez o Dr. Ludgero.<br />

O BARÃO E O BANDOLIM<br />

Antes de proseguirmos, é necessário<br />

dar dous dedos de explicação a<br />

respeito do que hadecommum entre<br />

a mocinha do bandolim e o suspeito<br />

Gregorio :<br />

Uma noite, sete horas em ponto,<br />

o nosso heróe, depois de se vestir<br />

com o esmero e correcção de quem<br />

deseja agradar olhos exigentes, metteu-se<br />

no bond em caminho da cidade,<br />

e só apeiou para tomar o da<br />

Tijuca.<br />

Escusa dizer que não era o rico<br />

panorama do arrabalde, que forneceu<br />

o titulo a este romance, o que<br />

attrahia o moço áquellas horas. E<br />

não menos escusado é declarar que<br />

espécie de iman o puxava para alli<br />

com tanta forca.<br />

MYSTERIO DA TIJUCA<br />

Não! Seria fazer muito pouco na<br />

perspicácia do leitor e, (a modéstia<br />

que gema a vontade) e muito pouco<br />

igualmente no interesse d'esta obra,<br />

que precisava não ter sido lida absolutamente,<br />

para que o leitor não soubesse<br />

a quefreguezia queremos bater.<br />

Não! Ninguém nos arrancará o<br />

nome do iman que em tal noite attrahia<br />

Gregorio com tanta violência.<br />

Ninguém! O mais que poderemos<br />

fazer é declarar, por muito favor, que<br />

o iman era viuvo, ou viuva; tinha<br />

um par de olhos de côr duvidosa, mas<br />

de um brilho tal, que não deixava<br />

duvidas a ninguém; um narizinho<br />

arrebitado, cabello castanho-claro e<br />

um corpo reforçado, porém muito<br />

esbelto e flexível.<br />

Agora, o leitor que adivinhe o resto;<br />

nós não deixaremos escapar o nome<br />

de...<br />

D.scance ! Que não diremos.<br />

Mas muito bem! Gregorio metteuse<br />

no bond da Tijuca e apeiou-se defronte<br />

de um chalet, pintadinho de<br />

novo e meio apadrinhado do sol pela<br />

folhagem de algumas arvores.<br />

Durante o dia, bem entendido, porque<br />

durante a noite o padrinho era<br />

um formidável cão preto, que bradava<br />

armas a todo o vulto, suspeito<br />

ou não, que passasse pela esquina.<br />

E tanto assim que, mal Gregorio<br />

approximou-se do portão, já o tal<br />

padrinho ladrava a bom ladrar.<br />

— Está quieto, Neptuno! Exclamou<br />

o moço, fazendo vibrar a campainha.<br />

Veio logo a criada e Gregorio perguntou<br />

:<br />

— Ella está em casa ?<br />

Este modo de saber se a pessoa<br />

que vamos visitar está em casa, prova<br />

alguma cousa.

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