Baixar - Brasiliana USP
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mais censuravam a rapariga por não<br />
aceitar o novo partido que se lhe offerecia.<br />
— Mas o que levará este homem a<br />
desejar com tanto interesse a mão de<br />
Clorinda?! pensava a viuva — Por<br />
que ama?! Não é possível, aquelle<br />
typo não ama senão o dinheiro 1 Será<br />
por capricho? Não ! Porque elle não<br />
tem caprichos.<br />
.. E Julia, por mais tratos qne desse<br />
ao espirito não conseguia descobrir<br />
cousa alguma.<br />
, Uma vez, sem querer, ouvio, na<br />
própria casa, o seguinte dialogo,<br />
travado entre elle e Clorinda:<br />
, — Posso então ter ao menos uma<br />
esperança ? Perguntava elle.<br />
. — Mudemos de conversa... respondeu<br />
ella,<br />
— Não ! A senhora hoje da-me uma<br />
resposta. Jã esperei por muito tempo,<br />
— Pois a resposta é que não. Não o<br />
aceito para marido !'<br />
— Mas reflicta um pouco, D. Clorinda.<br />
Lembre-se da posição falsa<br />
em que a senhora se acha. Não seria<br />
melhor que, em vez de chegarem as<br />
cousas a este extremo, tivesse a senhora<br />
resolvido casar commigo e evitado<br />
com isso vir morar n'estacasa<br />
por obséquio ? Não lhe parece que eu<br />
lhe poderia proporcionar uma existência<br />
mais segura e mais definida ?<br />
— Mas é que eu não me quero casar<br />
com o senhor!<br />
— E porque ? Porque me não ama?!<br />
— Não é só isso. Tenho-lhe amizade,<br />
mas não me posso casar com o<br />
senhor.<br />
— Mas porque ?<br />
— Porque já estou compromettida.<br />
Meu noivo desappareceu, mas emquanto<br />
não me constar sua morte só<br />
a elle pertenço.<br />
MYSTER10 DA TIJNCA 45<br />
- -r- E se nunca lhe constar semelhante<br />
cousa ?!<br />
— Paciência ! ...<br />
— Pois eu não desanimo ! Esperarei<br />
! Esperarei sempre I disse João<br />
Rosa com firmeza.<br />
— E' o que digo ! considerou a<br />
viuva. Anda n'isto qualquer segredo,<br />
que obriga aquelle homem a perseguir<br />
Clorinda. .<br />
E a viuva tinha razão, como passamos<br />
a demonstrar.<br />
XVIII<br />
EXPLICAÇÕES<br />
' ' ' ' • • , . . !<br />
João Rosa era muito da casa de<br />
D. Januaria e fazia o possível por<br />
agradar Clorinda, quando appareceu<br />
Gregorio e com este a sua completa<br />
derrota.<br />
Se até ahi a rapariga pouco se lhe<br />
mostrava propensa, depois da chegada<br />
do novo pretendente virou-lhe<br />
as. costas por uma vez, e voltou-se<br />
abertamente para o outro. ,<br />
João Rosa ficou furioso ; mas,<br />
como não era homem de desistirão,<br />
primeiro obstáculo, tratou de retrahir-se<br />
e preparar traiçoeiramente as<br />
armas para um combate sem tregoas.<br />
Gregorio mal podia desconfiar de<br />
semelhante cousa, e continuava a<br />
cultivar a flor, de onde esperava colher<br />
o fructo saboroso de sua felicidade.<br />
Não faltava uma noite á casa<br />
da noiva e ahi passava horas da mais<br />
doce e tranquilla esperança.<br />
Clorinda agradava-lhe por todos<br />
os motivos. Era bonita, sympathica,<br />
tinha bom coração e parecia muito intelligente;<br />
não seria por conseguinte<br />
de esperar que desse uma mulher caprichosa,<br />
cheia de exigências, se-