Baixar - Brasiliana USP
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226 MYSTERIO DA TIJUCA<br />
destino que quizer aquillo que lhe o outro, procurando abrandar o ca<br />
tocar.<br />
racter do Tubarão.<br />
— Não! desdisse o Tubarão, sem — Já te disse o que tinha a dizer!<br />
se contrariar. — Havemos de entre- volveu este.—Ou entregas o cobre,<br />
gal-o todo ao dono I<br />
ou vai tudo ao ouvido do Dr. chefe!<br />
— Isso agora já passa a birra! re Eu cá não sirvo de capa a ladroeiras!<br />
plicou Talha certo, impacientando-se. Não sou santo, mas nunca estas<br />
— Que você faça fúrias com o que mãos se sujar» m com o alheio!<br />
é seu, vá lá, mas com o que é dos E Tubarão, com ar firme de homem<br />
outros!...<br />
resoluto, ia forçar o companheiro a<br />
— Aqui não ha meu,nem teu! Nós que lhe entregasse o roubo, quando<br />
não temos direito a ficar com aquillo este, recuando na acção dextra da<br />
que não ganhamos, nem tão pouco capoeiragem, acommetteu contra elle,<br />
nos deram!<br />
procurando abraçar-lhe o pescoço<br />
— Mas achamos I replicou ainda com a navalha.<br />
Talha certo. Em todo o caso,vamos á Mas Tubarão desviou-se prompta-<br />
casa dividir o cobre, e você de sua mente, e a lamina, mudando de di-<br />
parte fará o que quizer. A minha recção, entranhou-se-lhe pelo pe<br />
pertence-me,<br />
queno peitoral do lado direito.<br />
— Não! Tu me vaespassar todo o Talha certo recuou com um salto<br />
dinheiro. Eu me encarreguei de res- e investiu de novo contra o comtitúil-o<br />
ao dono.<br />
panheiro, ferindo-o então no braço,'<br />
— Ora veja se tenho aigum T na porque o rijo marinheiro, apezar do<br />
testa!<br />
sangue que lhe saltava da ferida,<br />
— Eu é que te affianço que o di ainda aguentava-se bem de pé e denheiro<br />
se restitue! Vamos I em teu fendia-se, tentando apoderar-se do<br />
poder elle não ficará.<br />
faccinora.<br />
Talha certo, vendo que não conse Este deitou a correr, logo que perguiria<br />
nada pela arrogância, resolveu cebeu não arranjaria mais nada. Tu<br />
commover o companheiro.<br />
barão forcejou ainda por seguil-o,<br />
— Então, que é isso, Tubarão ?... mas a vista principiou a escurecer-<br />
Que mania é essa com um velhaco lhe, as pernas a bambearem-lhe, e<br />
d'aquella ordem ? Olha! quem o máo com muito custo conseguiu chegará<br />
poupa nas mãos lhe morre. esquina, onde morava pobremente<br />
— Não se trata agora d'isso! res com um seu velho companheiro do<br />
pondeu Tubarão.— Não se trata de mar.<br />
dar cabo de nenhuma peste! trata-se O companheiro não estava em casa,<br />
é de entregar um dinheiro que nos Tubarão recolheu-se a cama e per<br />
não pertence. Emquanto queriasuma deu de todo os sentidos. Só QS recu<br />
ajuda para despachar aquelle maroto, perou d'ahi a dous dias, quando a<br />
^fompto! e não me arrependo d'isso, febre principiou a ceder. Mas o me<br />
tni'«lá para roubar é que não me dico, que o companheiro de casa fora<br />
px»sq|. Ou tu me entregas o cobre,ou buscar, quando deu com o amigo<br />
eu te lenuncio á policia. Escolhe. n'aquelle estado, recommendára que<br />
•— t». • «ieixa-te d'isso, pediu ainda o não obrigassem a fallar e não lhe