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Baixar - Brasiliana USP

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Sua ausência causou uma enorme<br />

tristeza em casa do coronel, mas o<br />

conde procurava suavis-ü-ado melhor<br />

modo possível, o que conseguio em<br />

grande parte.<br />

O medico aconselhara a Margarida<br />

uma viagem á bons climas ant-s do<br />

casamento. Partiram os três, os noivos<br />

e o coronel, dentro de quinze<br />

dias. Atravessaram a Hespanha, passaram-se<br />

depois á França, á Itália,<br />

á S -cilia. De volta á Portugal recolheram-se<br />

ao antigo Castello da família<br />

do conde, reuniram-se os parentes<br />

d'este e celebrou-se afinal o<br />

casamento com muita pompa e com<br />

muita alegria.<br />

Kntretinto Leão Vermelho, voltava<br />

ao Fort) com a mulher e com um filhinho,<br />

que nascera no mar. Esse filhinho<br />

era Gregorio.<br />

O commandante, como vimos no<br />

capitulo XX, tratou então de obter a<br />

sua reforma, e com ella um logar que<br />

o deixasse gozar em terra firme o<br />

descanso e a felicidade do lar doméstico.<br />

Conseguio, afinal, realisaresse de­<br />

sejo, mas por outro lado principiou<br />

a soffrer na sua intimidado com Cecília.<br />

A mulher parecia-lhe reservada<br />

; dir-se-ia que tinha algum<br />

segredo que a fazia soffrer constantementÍ.<br />

Em balde o commandante<br />

a espreitou por muito tempo,<br />

em bal le procurara pilhar-lhe uin<br />

gesto, uma palavra, ura sonho, que<br />

lhe indicasse a ponta do segredo.<br />

Nada ! Um dia, porém, sorprendeu-a<br />

a escrever alguma coisa, com muito<br />

empenho, e na occasião cm que, pé<br />

ante pé, foi espiar o que ella escrevia,<br />

Cecília soltou um grito, cobrio o<br />

papel com ambas as mãos e empallideceu.<br />

MYSTERIO DA TIJUCA<br />

— Deixe-me ver essa carta ! disse<br />

Leão Vermelho seccamente.<br />

Cecília respondeu que tinha vergonha<br />

de mostral-a—era uma futilidade,<br />

uma tolice !<br />

— Não faz mal ! quero ver!<br />

— Não... objectou a mulher, procurando<br />

compor um gesto de meiguice<br />

e de sangue frio.<br />

— Peior! exclamou o commandante,encolerisando-se.—Dê-me<br />

isso<br />

por bem, si não quer dar á força.<br />

— Pois ahi a tens !<br />

E Cecília sacudio os hombros, ívsignadamente.<br />

Leão Vermelho leu a carta com<br />

visíveis signaes de cólera na phisionomia.<br />

Os olhos pareciam crescerlhe<br />

debaixo das sobrancelhas crespas<br />

e negras ; os lábios iam-se-lhe adelgacando<br />

na proporção da leitura, e<br />

mostravam cada vez mais os dentes<br />

mareados pelo tabaco.<br />

— A' quem era isto dirigido?!<br />

Perguntou elle, contrahindo as palpebras<br />

e atravessando a mulher com<br />

um olhar frio e penetrante.<br />

— Para que o queres saber? ! Não<br />

vês pelo que está escripto a posição<br />

i que tomei para quem me dirijo.'...<br />

— Níio tenho nada com isso! Quero<br />

saber a quem é dirigida esta carta!<br />

— Mas o que lucras tu em salur a<br />

i quem ella é dirigida?!<br />

— Máo! Responda a minha porgunta<br />

e guarde as considerações para<br />

depois!...<br />

— Pois então fica sabendo que te<br />

não digo cousa nenhuma !<br />

Leão Vurmelho segurou Cecília<br />

pelo braço e repetio a sua pergunta,<br />

mas ainda assim nenhuma resposta<br />

obteve.<br />

— Bem ! disse elle.— Saberei por<br />

outro lad».

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