Baixar - Brasiliana USP
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52 MYSTERIO DA TIJUCA<br />
via contas velhas para ajustar. Mais já cá não está quem fallou I Não se<br />
tarde o leitor saberá o que isso tudo trata mais d'isto.<br />
quer dizer.<br />
— Não! eu vou ! Vou para o que<br />
— Sim! disse o Talha-certo—mas der e vier, porém achava melhor<br />
• patrão quer vêr-se livre d'elle por não sangrar o sujeito.<br />
uma vez!<br />
E, quando os dois sucios levanta<br />
— Quer que o mates ? perguntou ram-se da mesinha do café estavam<br />
o outro.<br />
perfeitamente combinados.<br />
— E'! Fallou-me n'isso. Você sabe Pedro Ruivo costumava sahir ás<br />
que o Ruivo tem em seu poder seis e meia do trabalho, Talha-certo<br />
aquelles documentos do commen sabia a direcção que. elle tomava<br />
dador e pôde pregar-lhe alguma sempre, e iria esperal-o no melhor<br />
peça!...<br />
ponto para um ataque. E estava con<br />
— Mas tomam-se-lhe os documenvencido de que uma vez assassinado<br />
tos, e não é lá preciso matar o pobre o Ruivo, os taes documentos, presu<br />
diabo!<br />
midos em seu poder perderiam todo<br />
— Como não é preciso ! Você sabe o valor, porque só por elle podiam<br />
quem é o Ruivo! Homem, quem o ser explorados.<br />
inimigo poupa nas mãos lhe morre!... Antes porém de pormenorisarmos<br />
— Não é tanto assim. Pôde arran o resultado d'aquelle conchavo,temos<br />
jar-se tudo sem sangue! Eu me de dizer alguma cousa a respeito de<br />
encarrego de arrancar-lhe os docu Tubarão.<br />
mentos ! Deixe-o commigo.<br />
Leão Vermelho, ainda no começo<br />
— Isso não basta ! Segredou-lhe o de sua carreira marítima, distinguia,<br />
Talha-certo.<br />
á bordo da corveta em que estava, um<br />
— Se lhe estou a dizer que o com grumete de 16 annos, vivo, intellimendador<br />
se quer desfazer d'aquella gente e forte; quando mais tarde Leão<br />
bisca!...<br />
Vermelho ganhou as suas dragonas<br />
— Pois então vá você e seu patrão de I<br />
para o inferno! Cá, por mim não<br />
vejo necessidade de matar aquelle<br />
pedaço d'asno!<br />
— Ah ! Eu cuidei que você ainda<br />
gostava de ajudar os companheiros !<br />
N'cste caso fica o dito por não dito !<br />
Ora adeus!<br />
— Espere, homem! Eu estou disposto<br />
a ajudal-o ! Você bem sabe que<br />
nunca desamparei os amigos ! Mas,<br />
com os diabos ! O que não vejo é necessidade<br />
de matar ninguém! Se a<br />
gente só precisa dos papeis, para que<br />
-he ha de tirar também a vida?!<br />
— Para maior segurança! Mas,<br />
ama vez que você põe dificuldades,<br />
o tenente e mudou de navio,levou<br />
comsigo o rapaz e tomou-o para seu<br />
criado.<br />
Nunca mais se separaram, até que<br />
o official cançado de vagar pelo oceano,<br />
requereu sua reforma, arranjou<br />
um logar em terra, na cidade do<br />
Porto, e, contando com certa estabilidade,<br />
casou pouco tempo depois<br />
com uma irmã bastarda do conde<br />
de S. Francisco — Cecília, a filhada<br />
interessante professora Helena,<br />
de que falíamos no terceiro capitulo.<br />
Para o leitor não é novidade saber<br />
que do consórcio do Leão Vermelho<br />
com a filha de Helena, resultou um