a saúde mental na atenção básica - Biblioteca Digital de Teses e ...
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para essa equipe do PSF ter um suporte para avaliar, geralmente, caso a<br />
caso. Então, assim, os equipamentos têm esse suporte. E, infelizmente, o<br />
que você observa não é uma participação efetiva <strong>de</strong> muitos profissio<strong>na</strong>is.<br />
Eu acho que dá para ir. Não é o suficiente, mas ajuda (E4).<br />
O PSF po<strong>de</strong> acompanhar. E os casos que são mais graves a gente discute<br />
<strong>na</strong> reunião. A Saú<strong>de</strong> Mental é um apoio ao PSF, mas nem todos os<br />
profissio<strong>na</strong>is se envolvem com a Saú<strong>de</strong> Mental . Então, os casos que são<br />
mais graves, que o PSF não está dando conta, ele é inserido <strong>na</strong> equipe <strong>de</strong><br />
Saú<strong>de</strong> Mental. Se não, ele fica só no PSF, e a gente vai discutindo. Então, a<br />
gente tem os encontros mensais. E quando tem um caso que não po<strong>de</strong><br />
mais esperar até a próxima reunião, os Centros <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, às vezes, ligam,<br />
pe<strong>de</strong>m para falar com a gente, discute caso por telefone mesmo. E aí,<br />
<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo da possibilida<strong>de</strong>, a gente vai agendando. Mas só os casos da<br />
Saú<strong>de</strong> Mental, os psicóticos e os neuróticos graves(E11).<br />
Esses enunciados apontam a pluralida<strong>de</strong> e a multidiscipli<strong>na</strong>rida<strong>de</strong> nos<br />
fazeres e saberes <strong>de</strong> todos os profissio<strong>na</strong>is que têm a responsabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> assistir<br />
os usuários da SM, com vistas a produzir práticas inovadoras <strong>na</strong> assistência,<br />
superando o paradigma psiquiátrico tradicio<strong>na</strong>l e construindo possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> uma<br />
inserção mais dialógica e <strong>de</strong>mocrática dos usuários nos serviços <strong>de</strong> <strong>saú<strong>de</strong></strong>.<br />
Contudo, os dados <strong>de</strong>monstram também, ao lado das dificulda<strong>de</strong>s da ESF<br />
para acompanhar o usuário, as dificulda<strong>de</strong>s dos profissio<strong>na</strong>is das ESM em<br />
encaminhar o usuário <strong>na</strong> re<strong>de</strong> <strong>de</strong> serviços, o que limita a sua inserção em outros<br />
espaços do território:<br />
[...] a gente quer a clientela da gente exclusiva, e é difícil. Você faz um laço<br />
e <strong>na</strong> hora que você faz um laço, você passa para outra pessoa. Tem hora<br />
que a gente tem que pensar <strong>na</strong> formação das equipes do PSF, para que a<br />
Saú<strong>de</strong> Mental seja um objeto do qual eles se apropriem, seja uma clínica.<br />
Acho que <strong>de</strong>pois a gente <strong>de</strong>veria ter mais cuidado nos encaminhamentos,<br />
porque é diferente, é diferente <strong>de</strong> você pegar a pediatria, a ginecologia<br />
(E10).<br />
A <strong>de</strong>speito <strong>de</strong> um <strong>de</strong>senho <strong>de</strong> re<strong>de</strong> que se encontra <strong>na</strong> política <strong>de</strong> SM do<br />
município, há outro <strong>de</strong>senho forjado pela particularida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cada usuário. Essa<br />
particularida<strong>de</strong> não respeita <strong>de</strong>senhos e fluxogramas, e exigem um novo arranjo em<br />
cada momento da vida do usuário. Essa flexibilida<strong>de</strong> tão gran<strong>de</strong> tor<strong>na</strong>, por vezes, a<br />
Saú<strong>de</strong> Mental algo incompreensível e complicado para os profissio<strong>na</strong>is.<br />
[...] eu acho que é uma dificulda<strong>de</strong> com o generalista, com o PSF. É que<br />
tem momentos que aquele paciente po<strong>de</strong> ficar com o PSF e que isso não<br />
impe<strong>de</strong> que aquele paciente seja atendido <strong>na</strong> psiquiatria no momento da<br />
vida <strong>de</strong>le. Nós temos que focar no ser humano, principalmente o portador<br />
<strong>de</strong> sofrimento <strong>mental</strong>. Ele, <strong>de</strong> uma certa forma, tem consciência. Mas tem<br />
momentos que ele vai precisar do apoio da equipe <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental do