a saúde mental na atenção básica - Biblioteca Digital de Teses e ...
a saúde mental na atenção básica - Biblioteca Digital de Teses e ...
a saúde mental na atenção básica - Biblioteca Digital de Teses e ...
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
Adotou-se como orientação teórico-metodológica <strong>de</strong>ste estudo a dialética,<br />
consi<strong>de</strong>rando que seus pressupostos permitem olhar a realida<strong>de</strong> presente <strong>na</strong>s<br />
relações sócio-históricas e culturais no atual <strong>de</strong>senvolvimento e transformação do<br />
mo<strong>de</strong>lo assistencial psiquiátrico e compreendê-la nessa perspectiva.<br />
Na esfera <strong>de</strong>ssa realida<strong>de</strong>, a política <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental é resultante <strong>de</strong><br />
formulações e reformulações, com sucessivas aproximações que revelam<br />
contradições e subsequentes mudanças <strong>na</strong> prática assistencial e nos saberes no<br />
trato com a loucura.<br />
Optou-se pelo referencial da dialética por consi<strong>de</strong>rá-lo com possibilida<strong>de</strong><br />
teórico-filosófico <strong>de</strong> captar e <strong>de</strong> buscar explicações para os fenômenos observados,<br />
numa perspectiva <strong>de</strong> compreensão do objeto <strong>de</strong> estudo que privilegia a historicida<strong>de</strong><br />
da socieda<strong>de</strong> e a autoria dos sujeitos, que, articulados, <strong>na</strong>s relações sociais e<br />
culturais, consi<strong>de</strong>ram que o sentido das coisas não está <strong>na</strong> sua individualida<strong>de</strong>, mas<br />
<strong>na</strong> sua totalida<strong>de</strong>. A dialética é a ciência e a arte do diálogo, da pergunta e da<br />
controvérsia (MINAYO et al., 2005:89).<br />
A escolha <strong>de</strong>sse referencial não revela ape<strong>na</strong>s uma postura i<strong>de</strong>ológica,<br />
mas a crença no di<strong>na</strong>mismo da realida<strong>de</strong> e das relações sociais, bem como <strong>na</strong><br />
provisorieda<strong>de</strong> <strong>de</strong>stas, constituindo-se em um constante <strong>de</strong>vir em que prevalece a<br />
contradição e, consequentemente, novas formulações.<br />
Assim, reconhece-se o potencial da dialética para este estudo, que<br />
evi<strong>de</strong>nciou as contradições que habitam os fenômenos e causa o movimento <strong>de</strong><br />
transformação, como se <strong>na</strong>da estivesse acabado, e encontra-se sempre em vias <strong>de</strong><br />
se transformar e <strong>de</strong>senvolver.<br />
Nessa dimensão, o fim <strong>de</strong> um processo é sempre o começo <strong>de</strong> outro em<br />
uma mudança constante, pois sempre há algo que surge e <strong>de</strong>senvolve e algo que<br />
<strong>de</strong>sagrega e transforma e isto faz com que o movimento se perpetue (TRIVINÖS,<br />
1994:70).<br />
Para Demo (1981), a dialética é a metodologia mais fecunda para a<strong>na</strong>lisar<br />
os fenômenos sociais, por incorporar <strong>na</strong> realida<strong>de</strong> social: a contradição, reconhecida<br />
como lei funda<strong>mental</strong>; a transição e a mudança, que consi<strong>de</strong>ram o movimento como<br />
uma qualida<strong>de</strong> inerente a todas as coisas; a historicida<strong>de</strong> dos fenômenos sociais<br />
e, o princípio da totalida<strong>de</strong> em que tudo se relacio<strong>na</strong> e condicio<strong>na</strong>-se<br />
reciprocamente.<br />
50<br />
50