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a saúde mental na atenção básica - Biblioteca Digital de Teses e ...

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[...] ás vezes,você acha que é uma neurose grave ou uma psicose grave,<br />

você avalia e encaminha para a Equipe <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental. Porém os que a<br />

gente só consegue encaminhar para a ESM ou está jogando pedra, ou está<br />

tirando a roupa no meio da rua, ou rasgando nota <strong>de</strong> 100. É difícil chegar<br />

até a agenda da Saú<strong>de</strong> Mental (E13).<br />

Outros profissio<strong>na</strong>is entrevistados reconhecem a limitação da re<strong>de</strong><br />

assistencial e apontam alter<strong>na</strong>tivas, enxergando nos usuários ‘não graves’ suas<br />

necessida<strong>de</strong>s e <strong>de</strong>mandas por atendimento.<br />

Aquele caso que não se enquadra <strong>de</strong>ntro do perfil da Saú<strong>de</strong> Mental <strong>na</strong><br />

prefeitura, que não são os psicóticos e os neuróticos graves, a gente<br />

encaminha para serviços fora <strong>de</strong>ssa re<strong>de</strong>. Um exemplo é Universida<strong>de</strong><br />

Fe<strong>de</strong>ral ou Universida<strong>de</strong> Católica. A gente percebe que o paciente precisa<br />

<strong>de</strong> um acompanhamento, e não temos esse acompanhamento <strong>na</strong> re<strong>de</strong>. A<br />

gente não po<strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar esse paciente solto. E, <strong>na</strong> maioria das vezes, esse<br />

nosso paciente não tem recurso fi<strong>na</strong>nceiro para está pagando uma terapia.<br />

Nesse caso, encaminhamos para as Universida<strong>de</strong>s que têm setor <strong>de</strong><br />

psicologia (E12).<br />

Apreen<strong>de</strong>-se que a inclusão <strong>de</strong>sses usuários <strong>na</strong> agenda da Atenção<br />

Básica tem se configurado como um nó crítico. No cotidiano <strong>de</strong>sses serviços, as<br />

Equipes <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> da Família se <strong>de</strong>param com uma gama <strong>de</strong> <strong>de</strong>mandas relativas às<br />

necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>saú<strong>de</strong></strong> que emerge como sendo problemas <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental. Os<br />

dados permitem inferir que falta habilida<strong>de</strong> clínica das ESF para o manejo <strong>de</strong>ssa<br />

<strong>de</strong>manda:<br />

[...] e para a gente que trabalha no PSF eu vejo dificulda<strong>de</strong> mesmo no lidar<br />

com esse paciente, <strong>de</strong> estar orientando essa família, esse paciente. Até que<br />

ponto que a gente vai ficar tranquila com a orientação que a gente dá para<br />

ele estar fazendo esse tratamento (E23)?<br />

Po<strong>de</strong>-se inferir dos dados que, historicamente e socialmente parece haver<br />

algum consenso em torno da idéia <strong>de</strong> que se <strong>de</strong>ve buscar ajuda profissio<strong>na</strong>l quando<br />

esse sofrimento tor<strong>na</strong>-se intenso. Peque<strong>na</strong>s queixas acerca <strong>de</strong> questões psíquicas<br />

só ganham lugar <strong>na</strong> qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> acessórios ou queixas menores que, muitas<br />

vezes, não ‘merecem’ um olhar mais <strong>de</strong>tido do profissio<strong>na</strong>l. Outras vezes, repetidos<br />

encaminhamentos permitem que o usuário passe a ter a idéia <strong>de</strong> que ‘ali’ <strong>na</strong><br />

Atenção Básica não é o lugar <strong>de</strong> se cuidar <strong>de</strong>ssas questões.<br />

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