a saúde mental na atenção básica - Biblioteca Digital de Teses e ...
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Outro estudo sobre a temática pontua o atendimento <strong>na</strong> AB em um bairro<br />
periférico do município <strong>de</strong> Maceió, que acontece ape<strong>na</strong>s pelas equipes do PSF, no<br />
qual ficou constatado que o cuidado ao portador psíquico <strong>na</strong> AB tem sido<br />
medicalizado, fragmentado e centrado no hospital. Aponta, ainda, que os<br />
profissio<strong>na</strong>is <strong>de</strong> <strong>saú<strong>de</strong></strong>, assim como as famílias, têm reproduzido a lógica do<br />
inter<strong>na</strong>mento psiquiátrico, que é reforçada pela insuficiência <strong>de</strong> recursos e ineficácia<br />
do sistema público local (BRÊDA, 2001).<br />
Para a autora, o PSF não tem sido capaz <strong>de</strong> mudar a lógica da <strong>atenção</strong><br />
que perpetua suas ações orientadas no mo<strong>de</strong>lo biomédico. A forma <strong>de</strong> cuidar em<br />
<strong>saú<strong>de</strong></strong> dos envolvidos nessa pesquisa não incorpora os pressupostos da RS e RP<br />
(BRÊDA, 2001).<br />
Acrescenta, ainda, que a penetração <strong>na</strong>s re<strong>de</strong>s sociais é tímida e que a<br />
dinâmica das ações é passiva e individual, sendo que a abordagem orientada <strong>na</strong><br />
escuta, no acolhimento e no vínculo é raramente utilizada. Neste estudo, a análise<br />
dos achados empíricos constatou que a implementação <strong>de</strong> uma política pública que<br />
contemple os usuários em sofrimento psíquico no contexto da Atenção Básica<br />
requer o reconhecimento <strong>de</strong> que ainda existe a supremacia do mo<strong>de</strong>lo biomédico <strong>na</strong><br />
organização das ações <strong>de</strong> <strong>saú<strong>de</strong></strong> (BRÊDA, 2001).<br />
A inserção da Saú<strong>de</strong> Mental <strong>na</strong> AB exige <strong>de</strong> um lado, o envolvimento e a<br />
corresponsabilização <strong>de</strong> todos os atores <strong>na</strong> <strong>atenção</strong> à <strong>saú<strong>de</strong></strong>; e, <strong>de</strong> outro, a<br />
necessária ruptura com os antigos padrões assistenciais, reinventando no cotidiano<br />
outras formas <strong>de</strong> cuidado.<br />
Loyola faz uma reflexão sobre os <strong>de</strong>safios da SM <strong>na</strong> AB salientando que:<br />
[...] o momento em que vivemos hoje no que diz respeito à <strong>atenção</strong><br />
psiquiátrica é <strong>de</strong> transição com a oferta <strong>de</strong> dois mo<strong>de</strong>los vigentes – os<br />
hospitais psiquiátricos <strong>de</strong> um lado, e os CAPS e a assistência no território,<br />
ou seja, a <strong>atenção</strong> primária, do outro – que <strong>de</strong>veriam ser tidos como<br />
campos antagônicos, mas cuja convivência se não forçarmos a reflexão e a<br />
discussão, po<strong>de</strong>rá <strong>na</strong>turalizar-se como mo<strong>de</strong>los complementares (LOYOLA,<br />
2007:8).<br />
Este estudo revelou que há que se pensar neste momento <strong>de</strong> transição<br />
que vivemos. Contudo, <strong>de</strong>ve-se ressaltar que o caminho traçado e percorrido pela<br />
SMSA <strong>na</strong> construção do mo<strong>de</strong>lo assistencial em SM incorpora o apoio matricial das<br />
equipes, apostando <strong>na</strong>s orientações da interface da Saú<strong>de</strong> Mental com a <strong>saú<strong>de</strong></strong> da<br />
família.<br />
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