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a saúde mental na atenção básica - Biblioteca Digital de Teses e ...

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O que está acontecendo é que está tirando o paciente <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntro do hospital<br />

e jogando <strong>de</strong>ntro da família, para a família cuidar. A família não tem<br />

estrutura e nem conhecimento para cuidar <strong>de</strong> um paciente <strong>de</strong>sses. Muitas<br />

famílias preferem colocar o doente no hospital (E1).<br />

Agora, geralmente um paciente, quando ele é um psicótico ou neurótico<br />

grave, ele é um paciente que, assim, ele <strong>de</strong>sestrutura uma família. E a<br />

família já está cansada. Muitas vezes, não sabe lidar. Muitas vezes, a<br />

família está precisando <strong>de</strong> um cuidado, assim, muito gran<strong>de</strong> também. Não<br />

só o paciente, mas a família também chega num ponto que ela não está<br />

querendo mais esse paciente. E no hospital, pelo menos, lá ele é tratado, lá<br />

ele está mais seguro (E12).<br />

Sabe-se que o cansaço dos familiares e a <strong>de</strong>sestruturação vivenciada<br />

pela família diante da presença <strong>de</strong> um <strong>de</strong> seus membros em crise é uma realida<strong>de</strong>.<br />

Há muito se sabe que o acolhimento às famílias <strong>de</strong> usuários da Saú<strong>de</strong> Mental e a<br />

relação <strong>de</strong> parceria entre profissio<strong>na</strong>is e familiares são um ponto <strong>de</strong> fragilida<strong>de</strong> da<br />

Reforma Psiquiátrica e um dos gran<strong>de</strong>s <strong>de</strong>safios a serem trabalhados para a<br />

superação do mo<strong>de</strong>lo manicomial <strong>de</strong> atendimento.<br />

Para Vian<strong>na</strong><br />

A atual Reforma Psiquiátrica tem centrado suas ações <strong>na</strong> transformação do<br />

mo<strong>de</strong>lo hegemônico <strong>de</strong> assistência e <strong>na</strong> conscientização dos usuários e<br />

profissio<strong>na</strong>is sobre as novas formas <strong>de</strong> atendimento. Não existe um<br />

investimento suficiente no trabalho com as famílias pelos outros<br />

protagonistas da Reforma Psiquiátrica e, assim, elas se sentem <strong>de</strong>screntes<br />

com as metas propostas pelo novo mo<strong>de</strong>lo assistencial e mais seguras nos<br />

espaços que conhecem, ou seja, os hospitais psiquiátricos (VIANNA,<br />

2002:194).<br />

A autora a<strong>na</strong>lisa que o novo mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> <strong>atenção</strong> em Saú<strong>de</strong> Mental surge<br />

como a barreira que impe<strong>de</strong> a <strong>de</strong>legação do cuidado pela família ao hospital<br />

psiquiátrico. A redução dos leitos passa a significar para os familiares o confronto<br />

com a doença, a implicação no processo <strong>de</strong> adoecimento e no cuidado (VIANNA,<br />

2002).<br />

Um dos profissio<strong>na</strong>is entrevistados aponta a dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> implicação da<br />

família no tratamento do usuário da SM<br />

[...]então é muito comum a família não se implicar no tratamento do<br />

paciente. Com muita conversa, tentamos que os familiares se impliquem um<br />

pouco mais.É muita luta, é muita resistência. Até mesmo porque as pessoas<br />

já têm culturalmente que o portador <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental tem que viver<br />

isolado.E uma fala que a gente ouve muito dos pacientes da gente é esse<br />

preconceito. Então, assim, a gente vê que a gran<strong>de</strong> maioria, para ser<br />

sincera, não são muito <strong>de</strong> acordo com a Reforma Psiquiátrica (E4).<br />

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