a saúde mental na atenção básica - Biblioteca Digital de Teses e ...
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5.2 A Saú<strong>de</strong> Mental e a Atenção Básica à <strong>saú<strong>de</strong></strong>: a necessária articulação das<br />
equipes <strong>na</strong> re<strong>de</strong> <strong>de</strong> cuidados<br />
Nos diversos <strong>de</strong>poimentos das Equipes <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> da Família e Equipe <strong>de</strong><br />
Saú<strong>de</strong> Mental, evi<strong>de</strong>nciaram-se os conflitos <strong>de</strong>correntes da posição dos atores e dos<br />
serviços <strong>na</strong> construção <strong>de</strong> um novo mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> produção da <strong>saú<strong>de</strong></strong>, em face, muitas<br />
vezes, da lógica e das condições do processo <strong>de</strong> trabalho nos quais esses atores se<br />
inserem.<br />
Nesse sentido pontua-se que a organização do processo <strong>de</strong> trabalho <strong>de</strong>ve<br />
incorporar as noções <strong>básica</strong>s da dimensão cuidadora <strong>na</strong> produção <strong>de</strong> <strong>saú<strong>de</strong></strong>. Deve,<br />
ainda, no que diz respeito à Saú<strong>de</strong> Mental, organizar-se segundo os princípios da<br />
Reforma Psiquiátrica. Merhy (1998) aponta que produzir <strong>saú<strong>de</strong></strong> requer a valorização<br />
do acolher, do responsabilizar, do resolver, e do autonomizar, ou seja, um agir<br />
cumpliciado do profissio<strong>na</strong>l com a vida individual e coletiva do usuário. Acrescenta<br />
que cuidar significa um encontro entre um trabalhador <strong>de</strong> <strong>saú<strong>de</strong></strong> e um usuário, no<br />
qual há um jogo <strong>de</strong> necessida<strong>de</strong>s e direitos em que o usuário se coloca como<br />
alguém que busca uma intervenção que lhe permita recuperar, ou produzir, graus <strong>de</strong><br />
autonomia.<br />
Neste estudo, observou-se que a articulação das equipes especialistas e<br />
das ESF <strong>na</strong> re<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>atenção</strong> à Saú<strong>de</strong> Mental tem sido um dos principais <strong>de</strong>safios<br />
para a construção da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> cuidados no DISAP. Somente uma re<strong>de</strong>, com seu<br />
potencial <strong>de</strong> construção coletiva <strong>de</strong> soluções, é capaz <strong>de</strong> respon<strong>de</strong>r à complexida<strong>de</strong><br />
das <strong>de</strong>mandas, garantir resolutivida<strong>de</strong> e promover a autonomia e a cidadania dos<br />
usuários.<br />
A análise dos dados permite reconhecer que a re<strong>de</strong> <strong>de</strong> cuidados é<br />
complexa e diversificada <strong>na</strong> base territorial. Porém, a porta <strong>de</strong> entrada configurada<br />
para a AB ainda não se constitui como o acesso prioritário do usuário <strong>na</strong> re<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
cuidados, <strong>de</strong>ixando <strong>de</strong> ser referência para a necessária construção <strong>de</strong> sua<br />
autonomia sua inserção <strong>na</strong> vida da socieda<strong>de</strong>.<br />
Para o Ministério da Saú<strong>de</strong>, base territorial não é ape<strong>na</strong>s uma área<br />
geográfica, mas a apropriação <strong>de</strong> uma parcela geográfica por um indivíduo ou uma<br />
coletivida<strong>de</strong>. O território é constituído, funda<strong>mental</strong>mente, pelas pessoas que nele<br />
habitam, com seus conflitos, interesses, amigos, vizinhos, família, instituições e seus<br />
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