a saúde mental na atenção básica - Biblioteca Digital de Teses e ...
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Constata-se que, basicamente, o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> assistência à doença <strong>mental</strong><br />
centrado <strong>na</strong> exclusão social e no hospital psiquiátrico consolidava-se e que até os<br />
dias atuais ainda se encontra muito presente <strong>na</strong> socieda<strong>de</strong>.<br />
Contudo, em contrapartida ao mo<strong>de</strong>lo vigente, em pouco tempo, vão se<br />
avultando <strong>de</strong>núncias e críticas a esses espaços, surgindo, então, propostas <strong>de</strong><br />
mudanças do mo<strong>de</strong>lo capazes <strong>de</strong> insurgirem contra tal domi<strong>na</strong>ção.<br />
Vizeu, referindo-se à ruptura com esse mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> assistência afirma:<br />
[...] recentemente, uma ruptura com tal tipo organizacio<strong>na</strong>l, se expressa<br />
pelos movimentos antimanicomial e da antipsiquiatria, que se <strong>de</strong>ram<br />
primeiro, sob a forma <strong>de</strong> <strong>de</strong>núncia e crítica ao telos contraditório patente no<br />
instituto manicomial, e <strong>de</strong>pois a partir <strong>de</strong> propostas reformistas. Em último<br />
plano, tal mudança <strong>de</strong> paradigma ocorre no sentido <strong>de</strong> uma humanização<br />
da interação entre os diferentes atores do mo<strong>de</strong>lo manicomial (VIZEU,<br />
2005:1).<br />
Lancetti e Amarante (2006) sustentam que as propostas mais importantes<br />
<strong>de</strong> mudanças do mo<strong>de</strong>lo psiquiátrico ocorreram no fi<strong>na</strong>l ou logo após o termino da<br />
Segunda Guerra Mundial, quando a falência do mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> assistência é<br />
reconhecida, pelo agravamento e cronificação da doença <strong>mental</strong> surgindo outras<br />
formas <strong>de</strong> intervir e <strong>de</strong> lidar com a loucura.<br />
Nessa época, tor<strong>na</strong>va-se imperiosa a recuperação e manutenção da mão<br />
<strong>de</strong> obra, pois as cida<strong>de</strong>s precisavam ser reconstruídas. Cuidar da recuperação e da<br />
reabilitação da população tor<strong>na</strong>-se, mas do que nunca, uma exigência do Estado,<br />
contribuindo para emergir outras abordagens institucio<strong>na</strong>listas, um contraponto às<br />
práticas já estruturadas.<br />
Gondim (2001) assi<strong>na</strong>la que esse período provocou uma série <strong>de</strong><br />
transformações no cenário mundial no tocante à condução política e econômica dos<br />
países que afetados pelos danos, <strong>de</strong>bruçavam-se no projeto <strong>de</strong> reconstrução<br />
<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l.<br />
Lancetti e Amarante (2006) e Gondim (2001) apontam que a primeira<br />
proposta para reformular as práticas psiquiátricas ocorreu <strong>na</strong> Inglaterra, a partir da<br />
Reforma Sanitária. Com a <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>lização do sistema <strong>de</strong> <strong>saú<strong>de</strong></strong>, a assistência<br />
psiquiátrica incorporou-se a ele, permitindo, <strong>de</strong>ssa forma, um redirecio<strong>na</strong>mento da<br />
prática asilar.<br />
Essa primeira reforma, <strong>de</strong>nomi<strong>na</strong>da “Comunida<strong>de</strong> Terapêutica”, envolvia<br />
todos os presentes no ambiente hospitalar em um projeto terapêutico comum,<br />
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