a saúde mental na atenção básica - Biblioteca Digital de Teses e ...
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quando os laços sociais aumentam. Essa po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rada uma estratégia<br />
favorável para a <strong>de</strong>sejada reinserção social.<br />
11<br />
119<br />
Eu acho que a reinserção do usuário no território vai crescer, até porque a<br />
gente fortalecendo os laços com as unida<strong>de</strong>s <strong>básica</strong>s, as unida<strong>de</strong>s <strong>básica</strong>s<br />
fortalecendo os laços com a gente, a gente com o compromisso <strong>de</strong>ssa<br />
recepção e a Unida<strong>de</strong> Básica lá contando com o nosso suporte aqui, e<br />
acertando as outras portas da <strong>saú<strong>de</strong></strong>, da própria região só vai ajudar. Mas<br />
por enquanto esses laços, eu acho que é ainda incipiente (E19).<br />
Quando a gente percebe que a equipe <strong>de</strong> PSF apropria, conhece o caso,<br />
<strong>de</strong>sfaz um pouco os mitos, <strong>de</strong>sfaz os preconceitos com relação aos<br />
problemas do usuário em si, é fantástico. E o paciente ele não volta, fica<br />
muito tempo, e quando volta, volta pontualmente para o momento da crise.<br />
Isso é muito interessante quando a gente consegue esse diálogo com o<br />
PSF (E20).<br />
No entanto, foi evi<strong>de</strong>nciado que o usuário da Saú<strong>de</strong> Mental, <strong>de</strong> forma<br />
concreta, entra <strong>na</strong> re<strong>de</strong> pelo CERSAM. Essa entrada diz muito do vínculo que ele<br />
estabelece com os técnicos <strong>de</strong> <strong>saú<strong>de</strong></strong>, e vice-versa, e <strong>de</strong> seus próximos passos <strong>na</strong><br />
re<strong>de</strong> <strong>de</strong> cuidado, com vistas a alcançar uma maior autonomia.<br />
Guattari (1986) explica que autonomia se refere à capacida<strong>de</strong> do sujeito<br />
<strong>de</strong> operar seu próprio trabalho <strong>de</strong> semiotização, <strong>de</strong> cartografia, <strong>de</strong> se inserir em<br />
níveis <strong>de</strong> relações local, <strong>de</strong> fazer e <strong>de</strong>sfazer alianças.<br />
Para o autor, o que caracteriza um processo <strong>de</strong> singularização, <strong>de</strong> ganho<br />
<strong>de</strong> autonomia, é ele construir seus próprios tipos <strong>de</strong> referências práticas e teóricas,<br />
sem ficar nessa posição constante <strong>de</strong> <strong>de</strong>pendência em relação ao po<strong>de</strong>r global, em<br />
nível econômico, em nível do saber, em nível das segregações, do tipo <strong>de</strong> prestígio<br />
que são difundidos.<br />
A partir do momento em que os grupos adquirem essa liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> viver<br />
seus processos, eles passam a ter uma capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ler sua própria<br />
situação e aquilo que se passa em torno <strong>de</strong>les. Essa capacida<strong>de</strong> é que vai<br />
lhes dar um mínimo <strong>de</strong> possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> criação e permitir preservar<br />
exatamente esse caráter <strong>de</strong> autonomia tão importante (GUATTARI, 1986:46).<br />
Para os profissio<strong>na</strong>is entrevistados, os usuários estão longe <strong>de</strong> conseguir<br />
essa autonomia tão <strong>de</strong>sejada, e o vínculo com o serviço, muitas vezes, tem se<br />
espelhado em uma <strong>de</strong>pendência do serviço, o que só contribui para cronificar o seu<br />
quadro: