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a saúde mental na atenção básica - Biblioteca Digital de Teses e ...

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Isso requer das equipes uma atuação transversal com outras políticas sociais do<br />

município, com vistas a otimizar o cuidado.<br />

Figueiredo (2006), em sua pesquisa, buscou i<strong>de</strong>ntificar articulação entre<br />

as ESF e as ESM no município <strong>de</strong> Campi<strong>na</strong>s tendo chegado a conclusões<br />

<strong>de</strong>sconcertantes sobre a mudança da lógica <strong>de</strong> trabalho proposta pelo MS. A autora<br />

pontua que trabalhar em re<strong>de</strong> não é uma ativida<strong>de</strong> fácil <strong>de</strong> ser assumida pelas<br />

equipes, e isso não ocorre automaticamente com a <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>ção das diretrizes<br />

ema<strong>na</strong>das. Para a autora, aliado aos preconceitos, prevalece a dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> entrar<br />

em contato com o sofrimento do outro, a sobrecarga trazida pela lida diária com a<br />

pobreza, com a violência, fatores que têm sido colocados como possíveis entraves<br />

para a articulação da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> forma eficaz.<br />

Um contraponto sobre os <strong>de</strong>safios da Saú<strong>de</strong> Mental <strong>na</strong> Atenção Básica é<br />

si<strong>na</strong>lizado por Lyra (2007). Para a autora, o sofrimento psíquico está cada vez mais<br />

presente <strong>na</strong> socieda<strong>de</strong>, que, <strong>de</strong> forma sistemática sendo enfrentado com os<br />

tradicio<strong>na</strong>is artefatos bioquímicos e tecnológicos, sem avançar nos pressupostos<br />

consagrados pela Reforma Psiquiátrica. Pontua que as soluções exclusivamente<br />

técnicas para o enfrentamento <strong>de</strong> questões cruciais vivenciadas no nosso cotidiano<br />

como a persistência da violência e as <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> inserção social, requerem<br />

um avanço do conhecimento científico.<br />

Afirma a autora que no enfrentamento <strong>de</strong>sses <strong>de</strong>safios alguns paradoxos<br />

precisam ser trabalhados, como: incluir a individualização do sujeito, para que sua<br />

subjetivida<strong>de</strong> seja escutada; e admitir a responsabilização compartilhada, com uma<br />

análise singular <strong>de</strong> cada caso, excluindo, <strong>de</strong> certa forma, à lógica do<br />

encaminhamento (LYRA, 2007).<br />

Colvero (2008), em seu estudo sobre estratégias <strong>de</strong> atendimento em<br />

Saú<strong>de</strong> Mental <strong>na</strong> Atenção Básica e a maneira como se articulam os serviços <strong>de</strong><br />

<strong>saú<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>da região do município <strong>de</strong> São Paulo, para produzirem o cuidado<br />

ao usuário da SM, revelou que a configuração da re<strong>de</strong> assistencial apresenta<br />

dificulda<strong>de</strong>s <strong>na</strong> articulação entre os serviços <strong>de</strong> <strong>saú<strong>de</strong></strong> do território. Essas<br />

dificulda<strong>de</strong>s são <strong>de</strong>correntes das barreiras <strong>de</strong> acesso à <strong>atenção</strong> especializada, o que<br />

propicia a emergência <strong>de</strong> crises psiquiátricas, a trajetória recorrente e frequente do<br />

usuário ao serviço <strong>de</strong> emergência e uma lacu<strong>na</strong> <strong>na</strong> prestação do cuidado <strong>de</strong> <strong>saú<strong>de</strong></strong><br />

contínuo e global.<br />

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