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a saúde mental na atenção básica - Biblioteca Digital de Teses e ...

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4.5 Análise do discurso<br />

Os dados obtidos <strong>de</strong>mandaram um planejamento cuidadoso <strong>na</strong> fase <strong>de</strong><br />

organização. O ponto <strong>de</strong> partida foi a transcrição <strong>na</strong> integra das entrevistas e dos<br />

grupos focais.<br />

Para o momento da análise, consi<strong>de</strong>rou-se importante contar com<br />

algumas reflexões sobre Análise <strong>de</strong> Discurso (AD), utilizada nesta investigação<br />

como uma proposta <strong>de</strong> análise qualitativa dos dados. A AD foi criada pelo filósofo<br />

francês Michel Pêcheux, que fundou, <strong>na</strong> década <strong>de</strong> 1960, a Escola Francesa <strong>de</strong><br />

Análise <strong>de</strong> Discurso. Tem por objetivo realizar uma reflexão geral sobre as<br />

condições <strong>de</strong> produção e apreensão da significação <strong>de</strong> textos produzidos nos mais<br />

diferentes campos. Visa compreen<strong>de</strong>r o modo <strong>de</strong> funcio<strong>na</strong>mento, os princípios <strong>de</strong><br />

organização e as formas <strong>de</strong> produção social do sentido.<br />

A AD, para alguns <strong>de</strong> seus proponentes como Pêcheux (1990), Foucault<br />

(1996), significa ir além do que se diz e do que fica <strong>na</strong> superfície das evidências.<br />

Nesse sentido, a i<strong>de</strong>ntificação do “corpus” dos textos num processo <strong>de</strong><br />

busca do sentido das falas, aqui compreendidos como aquém e além das palavras,<br />

exigiu um rigor <strong>na</strong> análise, por enten<strong>de</strong>r que o discurso materializa a relação entre a<br />

i<strong>de</strong>ologia e a linguagem, e encontra-se em permanente construção. Para<br />

Maingueneau (1997), um sujeito, ao enunciar, presume uma espécie <strong>de</strong> “ritual social<br />

da linguagem” implícito e partilhado pelos interlocutores.<br />

A AD foi realizada com a articulação dos discursos e referenciada às<br />

condições materiais <strong>de</strong> produção, ou seja, foi consi<strong>de</strong>rado o contexto social que<br />

envolve o sujeito da pesquisa, que, por sua vez, tem uma posição sócio-histórica em<br />

uma conjuntura <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>da como orientado por Orlandi (1999).<br />

Utilizou-se o argumento <strong>de</strong> que discurso opera por meio da linguagem,<br />

que é o ponto <strong>de</strong> partida para a compreensão da representação do sujeito inscrito<br />

em contextos <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>dos. É por meio da linguagem que fica explícita sua visão <strong>de</strong><br />

mundo, sua concepção sobre <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>do objeto, as representações sociais<br />

construídas e comunicadas em diferentes épocas.<br />

Para Pêcheux (1997), a linguagem não é só uma expressão histórica da<br />

realida<strong>de</strong> social, uma manifestação <strong>de</strong> relações <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r i<strong>de</strong>ológico que a<br />

<strong>de</strong>screvem. A realida<strong>de</strong> a constrói.<br />

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