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literatura 20jul.pmd - CEAO - Centro de Estudos Afro Orientais ...

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ças culturais que estão ao lado do <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> libertação. Dizendo <strong>de</strong><br />

outra maneira, as heranças culturais também fazem parte da luta e<br />

da resistência do eu-negro que se apresenta no poema.<br />

144 Literatura afro-brasileira<br />

AGORA É A SUA VEZ!<br />

O título do poema abaixo é “Conversa”. E aí, que<br />

conversa é esta? De que nos fala? Construa um pequeno<br />

texto com sua interpretação sobre o poema.<br />

Mas lembre-se, embora a interpretação <strong>de</strong> um texto<br />

poético não seja algo fechado, ou seja, não há<br />

uma interpretação única, um consenso ao qual todos<br />

<strong>de</strong>vem chegar, <strong>de</strong>vemos sempre dizer coisas<br />

que possam ser justificadas pelo próprio texto.<br />

Conversa<br />

— Eita negro!<br />

quem foi que disse<br />

que a gente não é gente?<br />

quem foi esse <strong>de</strong>mente,<br />

se tem olhos não vê...<br />

— Que foi que fizeste mano<br />

pra tanto falar assim?<br />

— Plantei os canaviais do nor<strong>de</strong>ste<br />

— E tu, mano, o que fizeste?<br />

Eu plantei algodão<br />

nos campos do sul<br />

pros homens <strong>de</strong> sangue azul<br />

que pagavam o meu trabalho<br />

com surra <strong>de</strong> cipó-pau.<br />

— Basta, mano,<br />

pra eu não chorar,<br />

E tu, Ana,<br />

Conta-me tua vida,<br />

Na senzala, no terreiro<br />

— Eu...<br />

cantei embolada,<br />

pra sinhá dormir,<br />

fiz tranças nela,<br />

pra sinhá sair,

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