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literatura 20jul.pmd - CEAO - Centro de Estudos Afro Orientais ...

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Mariwo. Folhas mais novas do <strong>de</strong>n<strong>de</strong>zeiro <strong>de</strong>sfiadas<br />

como cortinas.<br />

penalizado com o seu sofrimento, um dia <strong>de</strong>liberou<br />

ir em casa <strong>de</strong> um Babalorixá, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> consultar<br />

seus orixás, a quem <strong>de</strong> direito, indicou a maneira <strong>de</strong><br />

fazer um “ebó”, a fim <strong>de</strong> livrar-se das perseguições e<br />

inveja <strong>de</strong> todos malfeitores humanos, provenientes<br />

<strong>de</strong> usura.<br />

Feitos todos os preparativos, o pobre homem partiu<br />

para uma gran<strong>de</strong> mata fronteira; lá chegando, foi<br />

logo dando inicio ao serviço. Com o espaço <strong>de</strong> meia<br />

hora, mais ou menos, ele ouviu um gran<strong>de</strong> barulho;<br />

quando <strong>de</strong>u a vista para o lugar, se <strong>de</strong>parou com um<br />

homem que se dizia chamar Ogum e que era o verda<strong>de</strong>iro<br />

dono <strong>de</strong> todas aquelas matas selvagens e respeitadas.<br />

Ouviu tudo aquilo que Ogum disse e implorou<br />

misericórdia, perguntando se ele não queria servir-se<br />

<strong>de</strong> alguma coisa; caso quisesse, falasse sem<br />

cerimônia, pois havia tudo o que <strong>de</strong>sejasse à disposição.<br />

Ogum aceitou <strong>de</strong> tudo que o pobre homem lhe<br />

ofereceu e, ficando bastante satisfeito, perguntou:<br />

Quem foi tão perverso para fazer vir aqui nesta mata,<br />

que é um lugar impenetrável?<br />

O pobre homem contou todos os seus sofrimentos<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> o começo da sua vida, e Ogum, tomado <strong>de</strong> um<br />

súbito terror, entregou ao homem umas palhas do<br />

olho do <strong>de</strong>n<strong>de</strong>zeiro, o mariwo, e, mandou que ele fosse<br />

marcar todas as casas <strong>de</strong> pessoas conhecidas e<br />

amigas, porque ele naquela noite ia à cida<strong>de</strong> <strong>de</strong>struir<br />

o que existisse e que não estivesse marcada com o<br />

mariwo. Dito e feito. Ogum foi à cida<strong>de</strong>, acabou com<br />

tudo, conforme prometeu ao pobre homem, e, no dia<br />

seguinte, na presença <strong>de</strong> todos que escaparam, chamou<br />

o pobre peregrino e entregou a chave daquela<br />

cida<strong>de</strong>.<br />

O peregrino passou a ser o rei e daquela data em diante<br />

viveu muito bem em companhia dos seus servos<br />

e amigos até quando Deus lhe <strong>de</strong>u o <strong>de</strong>scanso eterno.<br />

Ativida<strong>de</strong>:<br />

A história “O Pobre Peregrino”, <strong>de</strong> Mestre Didi, é<br />

cheia <strong>de</strong> princípios e valores <strong>de</strong> sutilezas da realida<strong>de</strong><br />

e po<strong>de</strong> ser transformada em dramatização Vamos<br />

começar? Inicialmente po<strong>de</strong>mos i<strong>de</strong>ntificar<br />

alguns componentes estruturais do conto:<br />

88 Literatura afro-brasileira

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