16.04.2013 Views

literatura 20jul.pmd - CEAO - Centro de Estudos Afro Orientais ...

literatura 20jul.pmd - CEAO - Centro de Estudos Afro Orientais ...

literatura 20jul.pmd - CEAO - Centro de Estudos Afro Orientais ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Joel Rufino dos Santos Nascido no Rio <strong>de</strong> Janeiro, filho <strong>de</strong> pais<br />

pernambucanos, Joel Rufino dos Santos viveu cerca <strong>de</strong> <strong>de</strong>z anos<br />

em São Paulo. Foi preso político durante a ditadura militar, entre<br />

1972 e 1974. Uma parte <strong>de</strong> seus ancestrais veio da Etiópia, na África;<br />

outra, <strong>de</strong> Portugal, na Europa. Possivelmente, uma outra parte<br />

veio <strong>de</strong> Angola, mas ele nunca conseguiu confirmar. Como sua família<br />

é <strong>de</strong> Pernambuco, é provável <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>r também <strong>de</strong> caetés e<br />

tupinambás. Publicou diversos livros: Quem fez a República, O dia em<br />

que o povo ganhou, História política do futebol brasileiro e Zumbi (ensaios <strong>de</strong><br />

História); Abolição, Quatro dias <strong>de</strong> rebelião e Ipupiara (romances); O<br />

curumim que virou gigante, A botija <strong>de</strong> ouro, Uma estranha aventura em Talalai,<br />

Marinho, o marinheiro, e outras histórias e O Noivo da cutia (<strong>literatura</strong> infantil).<br />

Durante anos lecionou em cursinhos preparatórios para<br />

vestibular, retornando à universida<strong>de</strong> em 1978, com a anistia aos<br />

cassados pelo regime militar. Foi exilado na Bolívia (1964) e no Chile<br />

(1964-65). Historiador <strong>de</strong> origem, transferiu-se para a área literária.<br />

Atualmente, leciona Literatura Brasileira e História da Comunicação,<br />

nas Faculda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Letras e Escola <strong>de</strong> Comunicação da Universida<strong>de</strong><br />

Fe<strong>de</strong>ral do Rio <strong>de</strong> Janeiro.<br />

Também nessa linha <strong>de</strong> rompimento e ressignificação iniciada<br />

na década <strong>de</strong> 80, po<strong>de</strong>mos citar Geni Guimarães. Em A cor da<br />

ternura, a autora narra a história <strong>de</strong> Geni, uma garota que, quando<br />

pequena, se amamentava no peito da mãe e tinha um gran<strong>de</strong> amor<br />

por ela. Des<strong>de</strong> pequena Geni sabia que era negra e pensava muito<br />

a respeito disso; era xingada pelos colegas e pensou em mudar <strong>de</strong><br />

cor. Ela possuía uma facilida<strong>de</strong> para conversar com animais e árvores,<br />

como também para viajar, pela sua imaginação, por meio <strong>de</strong><br />

um balanço, para outros lugares.<br />

A escola é local em que ela se dá conta do <strong>de</strong>sprestígio <strong>de</strong><br />

ser negra, da discriminação e da versão distorcida sobre a escravidão<br />

que sua professora ensinara. Nessa história, temos a trajetória<br />

<strong>de</strong> Geni, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a infância até sua fase adulta, mostrando as suas<br />

dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> construção da negritu<strong>de</strong>, a <strong>de</strong>scoberta das mudanças<br />

em seu corpo, na fase <strong>de</strong> juventu<strong>de</strong>, até tornar-se mulher.<br />

Acrescenta se a esse contexto, os <strong>de</strong>safios enfrentados como<br />

mulher negra, vítima <strong>de</strong> preconceitos, conquistando uma profissão<br />

consi<strong>de</strong>rada <strong>de</strong> prestígio: professora.<br />

Literatura afro-brasileira 191

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!