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literatura 20jul.pmd - CEAO - Centro de Estudos Afro Orientais ...

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nal do Brasil. Mesmo <strong>de</strong>pois da Abolição da Escravatura, foi <strong>de</strong>srespeitado<br />

e tratado como um estranho no país. De que modo?<br />

No imaginário, era praticamente um estrangeiro, no caso, um africano.<br />

Por isso, muitos <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>ram o retorno dos ex-escravos à<br />

África. Já os imigrantes, vindos da Europa, também, logo após a<br />

Abolição, receberam tratamento diferenciado, ajuda do governo<br />

brasileiro para se instalar e trabalhar. Então, os homens vindos da<br />

Europa foram integrados à socieda<strong>de</strong> brasileira e foram acolhidos<br />

como brasileiros. O negro não: foi esquecido nas ruas, nos morros,<br />

excluído das escolas. Homens e mulheres negros sempre reivindicaram<br />

e ainda reivindicam justiça e direitos iguais para todos.<br />

Através dos quilombos, das músicas, da religiosida<strong>de</strong>, das esculturas,<br />

das pinturas, da <strong>literatura</strong> oral e escrita e <strong>de</strong> muitas outras expressões,<br />

os negros e negras reivindicam o direito <strong>de</strong> viver dignamente<br />

no Brasil.<br />

O trabalho negro no Brasil<br />

A mais importante concentração <strong>de</strong> escravos no século XIX encontrava-se<br />

na área <strong>de</strong> cultivo do café, mas alguns outros tipos <strong>de</strong><br />

serviços provam a inserção <strong>de</strong> homens e mulheres negros em todos<br />

os espaços: agua<strong>de</strong>iro, alfaiate, calafate, campeiro, cangueiro,<br />

carteiro, carniceiro, carpinteiro, carreteiro, chapeleiro, charqueador,<br />

confeiteiro, copeiro, costureiro, cozinheiro, <strong>de</strong>spenseiro, engomador,<br />

ferreiro, jornaleiro, lava<strong>de</strong>ira, leiteiro, marceneiro, marítimo,<br />

pa<strong>de</strong>iro, pedreiro, pescador, pintor, quitan<strong>de</strong>iro, roceiro, sapateiro,<br />

tamanqueiro, tintureiro, torneiro, capataz, capitão do mato, serviços<br />

relacionados a livreiros, a possuidores <strong>de</strong> bibliotecas ou a<br />

senhores <strong>de</strong> engenho incentivadores <strong>de</strong> certa espécie <strong>de</strong> artistas. 6<br />

Neste último caso incluem-se inúmeros cantadores populares<br />

itinerantes patrocinados por fazen<strong>de</strong>iros. Muitos escritores e poetas<br />

eram afro-<strong>de</strong>scen<strong>de</strong>ntes, mas a maioria procurava escon<strong>de</strong>r a sua<br />

origem ou não chamar a atenção para ela. 5 GAMA, Luiz. Primeiras Trovas Burlescas & outros<br />

poemas (Edição organizada por Lígia F. Ferreira).<br />

São Paulo: Martins Fontes, 2000. (Coleção Poetas<br />

do Brasil).<br />

6 BERND, Zilá; BAKOS, Margaret M. relacionam<br />

muitos afazeres dos escravos em um <strong>de</strong> seus<br />

trabalhos: BERND, Zilá; BAKOS, Margaret M.<br />

O negro: consciência e trabalho. Porto Alegre:<br />

UFRGS, 1991.<br />

Literatura afro-brasileira 45

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