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literatura 20jul.pmd - CEAO - Centro de Estudos Afro Orientais ...

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Índio: a palavra índio foi usada pelos colonizadores<br />

para <strong>de</strong>signar os nativos das Américas. O<br />

maior problema é que o uso do termo <strong>de</strong>monstrou<br />

a indiferença do colonizador, em relação à<br />

diversida<strong>de</strong>. No Brasil, e em outros lugares das<br />

Américas, viviam inúmeros povos, que falavam línguas<br />

também inúmeras, cada qual com sua história<br />

e seus próprios nomes. Como no caso dos<br />

povos africanos, o colonizador <strong>de</strong>srespeitou as<br />

suas especificida<strong>de</strong>s. Des<strong>de</strong> aquele tempo, as comunida<strong>de</strong>s<br />

indígenas, assim como as comunida<strong>de</strong>s<br />

afro-brasileiras, resistem aos que inva<strong>de</strong>m<br />

suas terras e culturas e continuam hoje a reivindicar<br />

seus direitos.<br />

3 http://www.indiosonline.org.br/)<br />

4 CARBONI, Florence & MAESTRI, Mario. A<br />

linguagem escravizada. In: Revista Espaço Acadêmico,<br />

ano II, no. 22, março <strong>de</strong> 2003)<br />

quele momento, começava a prevalecer no Brasil. Diferente do<br />

índio contemporâneo, que busca afirmar seu próprio discurso e<br />

fala ao Brasil <strong>de</strong> seu próprio ponto <strong>de</strong> vista.<br />

44 Literatura afro-brasileira<br />

Uma carta para você:<br />

Olá, eu sou índio da Etnia Bahenã, que quase foi extinta,<br />

mas graças a minha mãe Maura Titiá e minha<br />

tia Maria <strong>de</strong> Titiá, hoje existe um geração Bahenã. A<br />

minha etnia junto com outros formamos o Posto<br />

Pataxó Hã hã hãe.(...) O povo Pataxó é consi<strong>de</strong>rado<br />

uma comunida<strong>de</strong> guerreira, por ser uma prova viva<br />

<strong>de</strong> resistência e luta.<br />

Fábio Titiá, 2004 3<br />

..............................................................<br />

Se mulatos <strong>de</strong> cor esbranquiçada,<br />

Já se julgam <strong>de</strong> origem refinada,<br />

E, curvos à mania que os domina,<br />

Desprezam a vovó que é preta-mina:<br />

Não te espantes, ó Leitor, da novida<strong>de</strong>,<br />

Pois que tudo no Brasil é rarida<strong>de</strong>!<br />

.............................................................<br />

Luiz Gama, 1859 5<br />

O negro não representou o homem brasileiro em textos<br />

literários do século XIX e não foi consi<strong>de</strong>rado um habitante origi-<br />

Quando multidões <strong>de</strong> negro-africanos começaram a<br />

chegar a Portugal, eles foram <strong>de</strong>nominados <strong>de</strong> “homens<br />

pretos” e “mulheres pretas” e, a seguir, simplesmente<br />

<strong>de</strong> “pretos” e “pretas”, <strong>de</strong>vido à cor “negra”<br />

mais intensa, em relação aos mouros. Como<br />

todos os “pretos” e “pretas” que chegavam a Portugal<br />

eram cativos, o <strong>de</strong>signativo passou a <strong>de</strong>screver o<br />

afro-<strong>de</strong>scen<strong>de</strong>nte escravizado. (...)<br />

Com a <strong>de</strong>crescente importância da escravidão moura,<br />

“negro” tornou-se crescentemente sinônimo <strong>de</strong> trabalhador<br />

escravizado. Assim sendo, nos primeiros<br />

anos após a ocupação territorial da América lusitana,<br />

os nativos americanos escravizados, apesar <strong>de</strong><br />

sua cor, eram <strong>de</strong>nominados <strong>de</strong> negros da terra.” 4

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