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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO INSTITUTO DE ...

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Outro aspecto que será ressaltado é a presença do circo, da rádio e, atualmente, da<br />

televisão tanto como alternativas de diversão, quanto como veículos para transmissão de<br />

técnicas, deslocamentos e divulgação destas brincadeiras. No caso específico do circo, a<br />

participação de alguns artistas em algum momento de suas histórias de vida neste<br />

empreendimento revelou-se como uma fonte importante de recursos técnicos e artísticos<br />

que foram acrescentados nas brincadeiras que agora realizam, como veremos.<br />

2.1. O mamulengo e o cavalo-marinho.<br />

Antes de entrarmos diretamente nesse assunto, preciso fazer uma ressalva a<br />

respeito do tipo de cavalo-marinho que estará sendo analisado aqui. Encontrei dois tipos<br />

de diferenças regionais nos cavalos-marinhos na Zona da Mata 68 . O primeiro situa-se na<br />

localidade onde se encontra uma tradição mais forte de rabequeiros, fato verificado nos<br />

estudos realizados por lá nos últimos anos (Murphy, 1994; Abreu & Pacheco, 2001;<br />

Acselrad, 2002; Oliveira, 2006). É uma região mais ao norte, quase fronteira da Paraíba,<br />

onde cidades como Aliança, Ferreiros e Condado são referências importantes.<br />

Poderíamos trabalhar com a hipótese de que talvez haja diferentes “sotaques” 69 de<br />

cavalo-marinho na região, em consonância com as diferenças intra-regionais da Zona da<br />

Mata, como apontamos no primeiro capítulo. A sonoridade deste tipo de cavalo-marinho<br />

tornou esta brincadeira conhecida fora da Zona da Mata, e fora do contexto acadêmico,<br />

tendo influenciado grupos como Mestre Ambrósio, e ainda o artista Antonio Nóbrega 70 .<br />

Como já relatado no primeiro capítulo, tive a oportunidade de assistir a uma apresentação<br />

116<br />

68 Vale lembrar que na Paraíba também encontramos o cavalo-marinho, que se caracteriza diferentemente<br />

do de Pernambuco. Um exemplo musical deste cavalo-marinho pode ser encontrado no CD Cavalo-<br />

Marinho da Paraíba (ed. Tradisom – Portugal), produzido por Samuel Araújo, volume 12 da Coleção A<br />

Viagem dos Sons.<br />

69 “Sotaque” é o termo utilizado no Maranhão para distinguir diferentes estilos, ritmos de bumba-meu-boi<br />

na região. Por exemplo: sotaque de zabumba, de orquestra, de matraca, de Pindaré. Tomei a liberdade de<br />

utilizar o termo nesse caso.<br />

70 Exemplos musicais deste tipo de cavalo-marinho podem ser ouvidos nos seguintes discos: Música do<br />

Brasil (ed. Abril), projeto com direção de Hermano Vianna e Beto Villares, cd 3, faixa 17 (cavalo-marinho<br />

Boi Pintado, de Aliança), cd 4, faixas 4, 20 e 30 (cavalo-marinho Boi Pintado, de Aliança); Luiz Paixão:<br />

Pimenta com Pitú (ed. Outro Brasil), produzido por Renata Rosa (2005), faixas 1, 4, 6, 11, 12, 15; Mestre<br />

Salustiano: Sonho da Rabeca (ed. Cavalo-Marinho), produzido por Toni Braga (1998), faixas 3, 4, 7, 12;<br />

Mestre Salustiano: Cavalo-Marinho (ed. Cavalo-Marinho), produzido por Toni Braga (2001); As Músicas<br />

de Rabequeiros (sem editora), produzido por Agostinho Lima (2002), faixa 2 (cavalo-marinho de Biu<br />

Roque), faixa 19 (Siba e cavalo-marinho de Biu Roque); Mestre Ambrosio (ed. Rec Beat discos),<br />

produzido por Lenine, Suzano e Denilson (1995), faixa 6 (cavalo-marinho do mestre Batista).

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