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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO INSTITUTO DE ...

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levantou o tecido da empanada, de modo que se visse a Cobra mordendo sua perna. A<br />

criançada foi ao delírio e partiu em bloco para salvar o mestre. Nas passagens dançadas,<br />

as crianças acompanharam as músicas com palmas, e Zé Lopes cantou cantigas<br />

populares, para facilitar a participação delas. A direção da escola ficou encantada com a<br />

apresentação, sobretudo em “conhecer o mamulengo”, e segundo Zé Lopes, foi uma das<br />

melhores que havia feito no Rio de Janeiro. Estava comprovada para ele a idéia de que o<br />

mamulengo é um teatro para todas as idades, e que as múltiplas maneiras de brincar<br />

fazem toda a diferença quando as apresentações ocorrem em lugares estranhos à Zona da<br />

Mata e para públicos específicos.<br />

A última apresentação de Zé de Vina no Rio de Janeiro foi também a de maior<br />

cachê, R$ 500,00. Contratado pela produção da exposição comemorativa dos 100 anos de<br />

nascimento de Mário de Andrade, Zé de Vina foi convidado a se apresentar na<br />

inauguração. Montada no Museu da República - Palácio do Catete 250 , a mostra focalizava<br />

o trabalho etnográfico realizado por Mário de Andrade em suas viagens pelo Brasil.<br />

Objetos e artefatos recolhidos por Mário, fotografias das viagens e filmes raros que<br />

mostravam danças, rituais e folguedos, compunham o acervo da exposição. A<br />

inauguração foi prestigiada por um grande número de pessoas. Zé de Vina era uma das<br />

atrações, mas a única a configurar uma espécie de referência viva dos objetivos do<br />

trabalho de Mário de Andrade. A barraca do mamulengo foi montada no pátio do Museu.<br />

A primeira parte da apresentação, Zé de Vina fez sem amplificação. Para a segunda parte<br />

tomamos o cuidado de contatar os organizadores a fim de requisitar microfone para o<br />

mestre e amplificação para os instrumentos. A amplificação finalmente chamou atenção,<br />

e algumas pessoas se aproximaram. Era interessante observar a exposição e o valor que<br />

todos aqueles objetos tinham ali, e comparar com Zé de Vina, expressão viva do que era<br />

ali apresentado.<br />

5.3. Na Zona da Mata pernambucana:<br />

Na Zona da Mata, durante todo mês de junho de 2004, diariamente, e a todo<br />

instante se transmitiam propagandas de festas juninas, nos intervalos comerciais do rádio<br />

e da televisão. Por todo o Estado se viam outdoors divulgando as festas. Também os<br />

250 Situa-se no Parque do Catete, na Rua do Catete 153, no Rio de Janeiro.<br />

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