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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO INSTITUTO DE ...

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Brasileiro. Aí, eu conheci duas pessoas, que tinham realmente interesse em fazer, em<br />

conhecer isso aqui... que é um garoto que chama Expedito... um garoto, não, um<br />

homem já, se chama Expedito... e outro que veio a falecer, Sandro... o nome dele era<br />

Sandro. Então, foi muito bom compartilhar com ele o pouco de conhecimento que eu<br />

tive, e de experiência que eu tive assim com o boneco. Foi bom partilhar com ele,<br />

porque eu vi que deu fruto. Os outros estavam ali só pra ver, conhecer, curiosidade... e<br />

outros motivos. Mas ele, não. Ele tava porque ele queria aprender. E foi bom dividir<br />

com ele esse conhecimento. E é sempre bom dividir com outras pessoas.<br />

217<br />

Para finalizar, gostaria de destacar a avaliação de Zé de Vina sobre alguns dos<br />

mamulengueiros que ele me apresentou no trabalho de campo de 2004. Na sua avaliação<br />

perceberemos aspectos que ele considera essenciais para alguém tornar-se um bom<br />

mamulengueiro, novas formas de aprendizado e solidariedade entre os brincantes. Como<br />

fundo de suas declarações está a sua noção do que é um artista. Por exemplo, quando fez<br />

observações sobre a brincadeira de Beto e Pedro, que tinham muitas dificuldades em<br />

dizer as loas, Zé de Vina propõem então que eles aprendam através dos CDs de<br />

brincadeiras que venho gravando com ele desde 1999, e também se coloca à disposição<br />

para brincar no brinquedo deles, tal qual fazia quando ainda era um aprendiz, ou seja,<br />

ajuda um mamulengueiro a “movimentar” o brinquedo 190 :<br />

Adriana: Mas eles não sabem dizer loa, né?<br />

Zé de Vina: É, o problema de loa eles não sabem, mas eu espero que amanhã ou depois<br />

eles vão aprender dizer alguma loa de mamulengo, e cantar com dado momento.<br />

Porque eu vou sair daqui com um cd de mamulengo e vou mandar gravar duas fitas,<br />

do cd, e vou entregar a ele... e vou dar uma brincadeira com ele, porque ele diz que<br />

quando chegar um mamulengo lá de Tracunhaém, liga pra mim, pra eu ir também<br />

fazer uma apresentação com ele. E eu espero que daqui mais um ano ele já esteja<br />

treinado também no mamulengo, que eu quero cada vez mais o mamulengo<br />

aumentando a cultura e aumentando a sua fama de bom. Não se acabar. E aquilo que<br />

eu aprendi eu gosto de dividir com os amigos, dividir pra todos os mamulengueiros,<br />

190 Entrevista, Lagoa de Itaenga-PE, julho de 2004.

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