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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO INSTITUTO DE ...

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vender o mamulengo, que eu não quero mais. Então foi quando veio essa força, que a<br />

Nanda... o Gustavo teve aqui, verificou, assistiu minha brincadeira. Veio a Nanda<br />

também. E adepois foi quando veio a Adriana e levantaram a moral do mamulengo.<br />

Quer dizer que agora eu estou brincando mais animado, porque eu estou com a força.<br />

O mamulengo está brincando mais animado. Porque nessas alturas, já saiu o CD, já<br />

saiu fita, foi televisionado... conheci esses lugares todinhos, de Rio de Janeiro, conheci<br />

de Paraíba, Belo Horizonte, Minas, aquele meio de mundo, então eu acho que foi<br />

através dela. E até aqui eu não vou dizer que as meninas do Rio me deu coice, tou<br />

muito bem satisfeito com elas.<br />

Nossos materiais de pesquisa de campo, hoje mais do que nunca, podem ser<br />

desdobrados em produtos, como bem ressalta Zé de Vina, tais como a produção de CDs,<br />

para serem comercializados, e documentários, em virtude das novas conquistas<br />

tecnológicas, através de gravadores DAT, MD, câmeras digitais, além de um público<br />

significativo e ávido por estes conteúdos. Há, claramente uma nova ética para este<br />

pesquisador, em que as intenções e finalidades da pesquisa tornam-se relevantes e exigem<br />

acordos e contrapartidas. Há, claramente, expectativas por parte dos sujeitos da pesquisa,<br />

que ultrapassam as intenções de um trabalho acadêmico. Como lidamos com isso?<br />

Restam para nós as perguntas.<br />

Atualmente a fronteira entre a pesquisa e o produto artístico é tênue, sobretudo no<br />

contexto pernambucano, onde essas relações são bastante complexas, tendo em vista que<br />

os fazeres artísticos de muitos grupos e pessoas estão apoiados na reelaboração de<br />

linguagens populares, como assinalei anteriormente. O movimento Mangue Beat<br />

complexificou ainda mais essas relações. Por exemplo, conversando com o cirandeiro<br />

João Limoeiro, de Carpina, sobre os cirandeiros da Zona da Mata, ele não se esquivou em<br />

citar o músico Siba, do antigo grupo Mestre Ambrósio, oriundo também no bojo do<br />

Mangue Beat. Siba, que já morou em São Paulo no auge do sucesso da banda, está de<br />

volta a Pernambuco, onde realiza um trabalho artístico e de pesquisa sistemáticos,<br />

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contando com a participação de músicos locais em seus discos e shows, e conquistando o

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