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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO INSTITUTO DE ...

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Capítulo 6: Considerações finais.<br />

Mateus! Vamos dar um bravo à dona da casa! Bravos do dono da casa! Bravos da<br />

dona da casa! Bravos do pessoal que assistiu a nossa brincadeira! Bravos do pessoal<br />

que pagou sorte! Bravos daquele que num pagou! Bravos da moça! Bravos da solteira!<br />

Bravos de todo mundo! Rapaziada todo bom dia, boa noite e boa hora! Se a minha<br />

brincadeira num saiu de agradar, vocês queiram me desculpar, porque nossa<br />

brincadeira num será como cinema, num será como teatro, num será como outras<br />

brincadeiras qualquer, mas dá para entreter até o dia amanhecer de verdade. Todo<br />

mundo cooperando, adonde tem dinheiro, mulher e gente, que bota o samba pra<br />

frente! Mateus! Boa noite! Até mais tarde! Até para o ano! Felicidade para todos! (soa<br />

um acorde da sanfona). 290<br />

Com estas palavras, Zé de Vina encerrou mais uma brincadeira. Assim como ele<br />

tenta nesta despedida destacar a singularidade do mamulengo, diferenciando-o de outros<br />

divertimentos, procurei nesse trabalho realizar uma etnografia deste brinquedo,<br />

enfatizando suas particularidades, aquilo que o diferencia de ser classificado apenas como<br />

teatro de bonecos. Para revelar as especificidades procurei analisar sua processualidade<br />

através dos elementos e conteúdos que o compõem em diálogo permanente com o mundo<br />

e o tempo que o cerca. Na realização destes objetivos, minha intenção foi ressaltar e<br />

colocar em evidência os atores que dão sentido ao mamulengo, construindo minha<br />

etnografia guiada e amparada por Zé de Vina e sua rede de artistas.<br />

Isso não seria possível sem o envolvimento e o apoio de Zé de Vina, que durante<br />

esses 10 anos permaneceu ao meu lado confiante e consciente do trabalho que vim<br />

realizando. A troca que se estabeleceu entre nós é, possivelmente, das mais marcantes na<br />

minha trajetória profissional e pessoal, transpassando meu trabalho de mestrado e<br />

doutorado. Este já seria um motivo, mesmo que subjetivo, para construir essa etnografia a<br />

partir desta perspectiva de inclusão e visibilidade desses atores. Um outro motivo seria a<br />

própria necessidade de na produção de estudos como esse, ter como finalidade revelar e<br />

290 Encerramento de uma brincadeira de Zé de Vina, registrada em agosto de 1999, em Lagoa de Itaenga -<br />

PE.<br />

324

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