16.04.2013 Views

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO INSTITUTO DE ...

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO INSTITUTO DE ...

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO INSTITUTO DE ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

enquanto momento inicial de pesquisa e aproximação com o objeto, foi uma importante<br />

ferramenta de familiaridade contextual.<br />

1.2 O encontro com Zé de Vina.<br />

Desde 1997 quando comecei a estudar o mamulengo, ouvi muitas histórias a<br />

respeito de um mamulengueiro de Lagoa do Itaenga, considerado, tanto por<br />

mamulengueiros quanto por pesquisadores, o melhor brincante de mamulengo da região.<br />

Era José Severino dos Santos, o Zé de Vina, também conhecido como Zé do Rojão.<br />

Vários mamulengueiros aprenderam a brincar com ele. Zé Lopes diz que aprendeu<br />

quase tudo o que sabe sobre o mamulengo com Zé de Vina. Os dois chegaram a brincar<br />

juntos. E assim como Zé Lopes, outros mamulengueiros, como Zé da Banana, e<br />

aprendizes, como Zé Salo, Luiz Preto, dizem o mesmo.<br />

Conheci Zé de Vina numa inusitada situação. Em agosto de 1998, auxiliei o<br />

Museu do Folclore Edison Carneiro 46 na realização de uma exposição de bonecos do<br />

mamulengueiro Zé Lopes, na Sala do Artista Popular desta instituição, aqui no Rio de<br />

Janeiro. Como eu havia conhecido Zé Lopes, fui convidada pelo museu a participar da<br />

produção. Minha função foi acompanhar Zé Lopes, e também escrevi o catálogo da<br />

exposição, com mais dois pesquisadores (Abreu; Alcure; Pacheco, 1998).<br />

Nesta vinda ao Rio, Zé Lopes havia trazido fotografias dos bonecos do<br />

mamulengo de Zé de Vina, que ele mesmo fotografou, com o objetivo de tentar encontrar<br />

comprador para esse mamulengo. Segundo ele, Zé de Vina tinha desistido de brincar e,<br />

como precisava de dinheiro, decidira vender seu mamulengo, incluindo todos os bonecos,<br />

o baú, a estrutura da barraca e os tecidos. O preço era, na época, algo em torno de R$<br />

1.500,00 e Zé Lopes esperava que tivéssemos interesse em comprá-lo; caso contrário,<br />

havia um mamulengueiro interessado, que tinha compradores em São Paulo.<br />

46 É um dos espaços do Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular, e está localizado na Rua do Catete<br />

179 - Catete. A exposição aconteceu na Sala do Artista Popular.<br />

77

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!