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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO INSTITUTO DE ...

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Supus que isso teria relação com as críticas que recebera de pesquisadores de mamulengo<br />

a respeito de suas atitudes não “tradicionais”, consideradas, por esses pesquisadores,<br />

“descaracterizadoras” do brinquedo. Essa foi também a crítica que recebemos, em 1998,<br />

de algumas pessoas quando apresentamos a proposta de fazer uma exposição de bonecos<br />

de Zé Lopes no Rio de Janeiro. Alegaram que Zé Lopes não seria um mamulengueiro<br />

“tradicional”, que seus bonecos eram pesados e grandes demais e que não poderiam ser<br />

considerados “legítimos”, porque não tinham a simplicidade e o aspecto tosco e<br />

deformado que deveriam ter os mamulengos. Zé Lopes informou-me que diversas vezes<br />

seu trabalho fora posto em questão pelos pesquisadores como não sendo um representante<br />

adequado do brinquedo, tendo passado por algumas situações constrangedoras, até obter<br />

sua legitimação.<br />

70. Mamulengo de fio de Zé Lopes, Glória do Goitá - PE<br />

Outro relato de Zé Lopes, que poderíamos entender como um pequeno drama<br />

social, definido por Turner (1985:37) como “units of harmonic or disharmonic process,<br />

arising in conflict situations”, auxiliou a compreensão a respeito da “autoria” da feitura<br />

do boneco. Contou-me Zé Lopes que no primeiro encontro de mamulengueiros de que<br />

246<br />

teria participado em Olinda, depois de sua primeira apresentação, um dos

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