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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO INSTITUTO DE ...

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43. João Nazaro segurando seus cavaleiros.<br />

2.2. Os brincantes e as brincadeiras compartilhadas.<br />

143<br />

A presença dos mesmos integrantes em brinquedos diferentes é comum a essas<br />

manifestações. Pude verificar essa comunhão de parcerias e informações, em muitas<br />

situações na Zona da Mata. Por exemplo, Zé Preto nos conta sobre os vários cavalos-<br />

marinhos que brincou, sempre se referindo aos donos dos brinquedos. Aliás, o dono de<br />

um cavalo-marinho, ou de um maracatu, não necessariamente é um folgazão, mas é o<br />

responsável pela contratação dos folgazões, pelo acerto nos contratos de apresentação e<br />

pelo cuidado e manutenção do brinquedo 91 :<br />

É o seguinte: eu sou artista desse cavalo... pra cavalo-marinho, pra maracatu, pra<br />

coco... de tudo isso eu sou artista. Nasci em mil novecentos e quarenta. Peguei a<br />

brincar cavalo-marinho com nove anos de idade. Os cavalos-marinhos, se eu for<br />

contar, papel não ajunta. Porque eu já comecei a brincar do norte... Já fiz cavalo-<br />

marinho pra mim mesmo, junto com eles aí... com ele mesmo. Não achei bom fazer,<br />

achei melhor brincar no dos outros... E então eu venho brincando no dos outros... Às<br />

vezes, eu tou em casa sem querer brincar, as pessoas chegam me chamando pra eu ir<br />

tirar brinquedo. Que nem já fui mais de uma vez pra Carpina... brincar brinquedo<br />

91 Em entrevista, em Feira Nova – PE, julho de 2004.

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