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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO INSTITUTO DE ...

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11. Mamulengo completo de Zé de Vina, fotografado por Zé Lopes, em julho de 1998.<br />

12. Idem.<br />

Aquilo muito me intrigou, trazendo, na época, várias questões à tona. Comprar o<br />

mamulengo de Zé de Vina significaria que um mestre de mamulengo deixaria de existir?<br />

Eu já tinha conhecimento do intenso movimento de troca, compra e venda que ocorre<br />

entre os mamulengueiros, bem como da facilidade com que eles se desfazem e<br />

conseguem de volta um mamulengo. No caso de Zé de Vina, porém, que não era, como<br />

Zé Lopes, um artesão de bonecos, sua qualidade estava justamente na maneira como<br />

brincava, e talvez aquilo encerrasse sua brincadeira. Mais tarde, já em 1999, Zé de Vina<br />

revelou-me que já havia vendido aproximadamente oito mamulengos completos; naquela<br />

época, porém, eu ainda não tinha essa informação. Na ocasião, angustiava-me saber que,<br />

caso eu não comprasse o brinquedo, outra pessoa faria, e o mamulengo tomaria o rumo<br />

de outros brinquedos, que acabaram nas mãos de algum colecionador ou se tornaram<br />

peças de decoração. Eu não tinha esse dinheiro, mas conversei com alguns amigos, que<br />

ficaram dispostos a se associar na empreitada.<br />

Questionamos então o que faríamos caso comprássemos o mamulengo. Para nós<br />

não teria sentido tentar simplesmente reproduzir aqui no Rio de Janeiro o tipo de teatro<br />

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