Características fisico-químicas e celulares na ... - Capril Virtual
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Ainda sobre o processo de involução da glândula mamária de bovinos, Hurley<br />
(2003) relata que alterações histológicas e ultraestruturais já ocorrem a partir de<br />
quarenta e oito horas após a interrupção da ordenha, com formação de grandes<br />
vacúolos de estase <strong>na</strong>s células epiteliais em decorrência do acúmulo de gordura <strong>na</strong>s<br />
células. Os vacúolos persistem até a segunda sema<strong>na</strong> de secagem e desaparecem<br />
completamente <strong>na</strong> quarta sema<strong>na</strong>. O volume da luz alveolar diminui durante a<br />
involução, enquanto que a área de estroma aumenta. Em conformidade com esse<br />
experimento, Quarrie, Addey e Wilde (1996) relataram que após vinte quatro horas<br />
de interrupção da retirada do leite da glândula mamária de camundongos já era<br />
possível observar uma grande distensão dos alvéolos. Porém, após quarenta oito<br />
horas do início da estase láctea, já havia si<strong>na</strong>is de diminuição da distensão, mas<br />
com si<strong>na</strong>is de desorganização do epitélio secretor decorrentes da apoptose.<br />
Fowler (1991) relatou que o volume do parênquima do úbere de cabras que pararam<br />
de ser ordenhadas passou de pouco mais de 0,616 litros por glândula para pouco<br />
menos que 0,365 litros por glândula em duas sema<strong>na</strong>s, mostrando uma redução de<br />
44,44%.<br />
Um dos primeiros eventos que pode ser observado nessa fase de involução<br />
ativa é o aparecimento de lisossomos <strong>na</strong>s células epiteliais secretoras. Esses<br />
lisossomos são responsáveis pela autofagocitose dos constituintes <strong>celulares</strong> durante<br />
a regressão mamária, enquanto que a heterofagocitose será realizada por<br />
macrófagos que migrarão para a mama durante a involução ativa (SMITH;<br />
TODHUNTER, 1982).<br />
As proteí<strong>na</strong>s da secreção originárias do soro sanguíneo estão normalmente<br />
presentes no soro lácteo, com a concentração variando pouco nos primeiros dias da<br />
involução. Entretanto, após sete dias é possível observar um grande aumento da<br />
concentração dessas proteí<strong>na</strong>s, refletindo, provavelmente, um aumento da<br />
permeabilidade da barreira das células secretórias à passagem das proteí<strong>na</strong>s<br />
séricas. Porém, o aumento de proteí<strong>na</strong>s não chega aos níveis alcançados em<br />
processos inflamatórios, indicando que deva existir algum tipo de controle por parte<br />
da glândula mamária sobre a permeabilidade das junções <strong>celulares</strong>. Outra proteí<strong>na</strong><br />
que tem grande aumento em sua concentração é a lactoferri<strong>na</strong>, que está ligada à<br />
defesa da glândula mamária, pois é um constituinte normal dos<br />
polimoformonucleados e possui grande capacidade de ligação ao ferro, competindo<br />
com as bactérias (SMITH; TODHUNTER, 1982).<br />
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