Características fisico-químicas e celulares na ... - Capril Virtual
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2.4.2 Eletrocondutividade<br />
Eletrocondutividade é a medida da resistência de um material em particular a<br />
uma corrente elétrica, sendo que a resistência elétrica de uma solução eletrolítica é<br />
definida pela resistência de um centímetro cúbico da solução. A condutibilidade é<br />
medida em Siemens e é calculada dividindo-se amperagem pela voltagem.<br />
A eletrocondutividade do leite é determi<strong>na</strong>da pela concentração de ânions e<br />
cátions, sendo que os mais importantes são o sódio (Na + ), o potássio (K + ) e o cloreto<br />
(Cl - ). As células secretórias da glândula mamária utilizam transporte ativo para<br />
deslocar o sódio para o fluído extracelular e potássio para dentro das células, que<br />
são transportados passivamente das células secretórias para o leite. A relação Na:K<br />
é de 3:1 no fluído extracelular e no sangue e de 1:3 no fluído intracelular e no leite.<br />
Os ductos mamários parecem ser impermeáveis a íons e a lactose, mantendo a<br />
concentração de cloreto maior no sangue e no fluído extracelular do que no leite<br />
(NIELEN et al., 1992).<br />
Segundo Nielen et al. (1992), durante o processo inflamatório as células<br />
secretoras sofrem danos e os íons de sódio e cloro do líquido extracelular<br />
extravasam para o lúmen alveolar, enquanto que os íons de potássio vão para a<br />
secreção láctea, aumentando a eletrocondutividade sem que a pressão osmótica<br />
seja alterada.<br />
Outro fator que pode alterar a eletrocondutividade da secreção láctea é a<br />
porcentagem de gordura do leite, devido a sua característica de não condutora<br />
elétrica e da barreira ao movimento dos íons que os glóbulos de gordura<br />
representam (FERNANDO; RINDSIG; SPAHR, 1982).<br />
A literatura é rara em relação aos valores de eletrocondutividade da secreção<br />
láctea de caprinos. Entretanto, Sharma e Roy (1977) estudaram a influência da<br />
temperatura <strong>na</strong> eletrocondutividade do leite caprino e encontraram uma média de<br />
6,979mS/cm a 30ºC. Fer<strong>na</strong>ndes (2002) encontrou valores de 6,55mS/cm durante a<br />
lactação para a raça Saanen e Park (1991), num estudo com caprinos da raça<br />
Alpi<strong>na</strong> e Nubia<strong>na</strong>, encontrou valores médios de eletrocondutividade da mistura da<br />
secreção láctea em torno de 6.948µS/cm (6,948mS/cm).<br />
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