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Scripta 9_2_link_final.pdf - Uniandrade

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3 A figura do detetive<br />

Nas narrativas detetivescas tradicionais, a cobrança de honorários<br />

pelo detetive é um hábito. No romance gráfico, isto é ilustrado de maneira<br />

interessante. No momento em que o pagamento é mencionado, Quinn se<br />

transforma em Max Work, o detetive criado por ele, sob o pseudônimo<br />

de William Wilson. Max Work é o típico protagonista das histórias de<br />

detetives tradicionais. Suas roupas – capa e chapéu – e seu rosto de linhas<br />

angulosas lembram o personagem Dick Tracy, de Chester Gould, estereótipo<br />

do detetive tradicional nas histórias em quadrinhos. A figura de Max Work<br />

nos quadrinhos é mais marcante do que na história de Auster. Por exemplo,<br />

enquanto Quinn ainda pondera sobre a possibilidade de atender ao telefone<br />

e se passar pelo detetive Paul Auster, em sua imaginação Work toma a<br />

iniciativa e aceita investigar o caso. Em outro momento, enquanto aguarda<br />

Stillman na estação de trem, Quinn busca inspiração em um verdadeiro<br />

detetive. Na novela, a inspiração vem de Paul Auster, o personagem-detetive:<br />

“Ele perambulava pela estação, então, como se estivesse dentro do corpo<br />

de Paul Auster, esperando Stillman aparecer” (AUSTER, 2004, p. 51) 17 . Porém,<br />

nos quadrinhos, a figura de Auster é substituída pela de Max Work (Fig. 4).<br />

Fig. 4 – Quinn como Max Work (KARASIK & MAZZUCCHELLI,<br />

1994, p. 47)<br />

Nas narrativas detetivescas metaficcionais como City of Glass, a<br />

realidade da narrativa mistura-se à ficção em diversos momentos. Em duas<br />

situações, os personagens da novela se tornam autores e dão vida a outros<br />

personagens ficcionais. Stillman cria o personagem Henry Dark para<br />

propagar as suas controversas idéias de uma nova língua; Quinn cria Max<br />

<strong>Scripta</strong> <strong>Uniandrade</strong>, v. 9, n. 2, jul.-dez. 2011<br />

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