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Scripta 9_2_link_final.pdf - Uniandrade

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83% de todas as minisséries são adaptações, e 95% das minisséries<br />

vencedoras do Emmy são escolhidas dentre essas adaptações. (p. 11)<br />

Seger (2007) explica que a opção pela adaptação deve-se ao fato<br />

de que alguns executivos e produtores de cinema acreditam que é difícil<br />

encontrar bons roteiros originais e que “comercialmente é mais viável<br />

trabalhar com um material que já tenha público” (p. 13). A literatura é,<br />

portanto, apontada como sendo a principal fonte de inspiração para as<br />

adaptações realizadas para o cinema. Timothy Corrigan (2009), de certo<br />

modo, resume a questão da relação histórica da presença da literatura no<br />

cinema quando afirma que<br />

A história do relacionamento entre filme e literatura é uma história de<br />

ambivalência, confrontação e dependência mútua. Desde o <strong>final</strong> do século<br />

XIX até os dias de hoje, esses dois modos de ver e descrever o mundo têm,<br />

em diferentes épocas, desprezado um ao outro, redimido um ao outro,<br />

aprendido um com o outro, e distorcido a autoproclamada integridade um<br />

do outro [p. 1, nossa tradução]<br />

Ele destaca ainda que, no passado, presente ou futuro, o<br />

relacionamento entre a literatura e o cinema não é somente sobre o papel<br />

individual dessas duas linguagens na sociedade, mas também como cada<br />

uma delas muda significados e valores individuais, abrindo possibilidades<br />

para amplos debates e questionamentos sobre história, estética e valores<br />

humanos (CORRIGAN, 2009, p. 76).<br />

Brian McFarlane (1996) também afirma que a relação entre o<br />

romance e o filme é um campo fértil e aberto à exploração; o que ambos<br />

têm em comum tem menos importância do que aquilo que os separa. Ele<br />

aponta duas razões para a realização de adaptações baseadas em obras<br />

literárias: o respeito pelos textos literários e o interesse comercial. Para ele a<br />

popularidade e a respeitabilidade obtidas pela mídia escrita influem no<br />

reconhecimento do trabalho produzido pela mídia audiovisual (p. 6-7).<br />

Porém, o caminho inverso também é possível. Hutcheon (2006) lembra<br />

que frequentemente a versão fílmica aumenta as vendas de livros, e os editores<br />

aproveitam a oportunidade para lançar novas edições com fotos do filme<br />

na capa (p. 90).<br />

Em relação ao sucesso obtido pela obra adaptada, Seger (2007)<br />

acredita ser o resultado de uma boa adaptação (p. 13). Segundo ela,<br />

<strong>Scripta</strong> <strong>Uniandrade</strong>, v. 9, n. 2, jul.-dez. 2011 47

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