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Scripta 9_2_link_final.pdf - Uniandrade

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quadrinhos (1993). O ser “divino” também acrescenta: “Vá em paz meu<br />

filho e não se esqueça de fazer um bom acordo de direitos autorais”<br />

(TALBOT, 2007, p. 188). Há um certo humor sobre a produção de<br />

quadrinhos e seu processo de criação; o autor brinca com a estrutura da<br />

linguagem dos quadrinhos saindo da página, pois no caso, ela seria o “palco”<br />

do Sunderland Empire e, em seguida, vai para os bastidores e começa a<br />

trabalhar em uma página de quadrinhos no estilo do belga Hergé, criador<br />

de Tintim (1929). Em outros momentos, há um intervalo, como em uma<br />

apresentação teatral e também histórias em quadrinhos incorporadas à obra,<br />

porém, em outros estilos, como de revistas de aventuras e textos satíricos.<br />

O autor explora a linguagem dos quadrinhos, utilizando sua estrutura<br />

de requadros, que são sobrepostos em painéis, fundos trabalhados, fusões<br />

e colagens de imagens diversas, de vários estilos, para contar, ou melhor,<br />

“apresentar” esse espetáculo de variedades, inovando com sua narrativa<br />

visual, em que as imagens complementam o texto, e em alguns momentos,<br />

estão entrelaçadas em cartazes, fotos e capas e páginas de livros e mapas.<br />

Considerações finais<br />

A obra Alice in Sunderland é feita de imagens entrelaçadas e textos,<br />

explorando a linguagem dos quadrinhos. Enquanto outras obras em<br />

quadrinhos deixam o fundo da página em branco ou em alguma cor neutra,<br />

nessa obra, todo o espaço é utilizado. São mapas, ilustrações, fotos, colagens<br />

que ocupam todo o espaço, em sobreposição de painéis e requadros ou<br />

em grandes fusões, criando uma grande obra visual. Nenhuma outra forma<br />

de mídia poderia contar essa história da mesma forma como foi feito por<br />

Bryan Talbot, como uma história em quadrinhos que funde várias<br />

informações para complementar seu texto e fazer parte dele. Nada passa<br />

despercebido, há uma variedade de informações de formas verbais e<br />

imagéticas. A linguagem dos quadrinhos evoluiu profundamente desde seus<br />

precursores e uma obra como Alice in Sunderland mostra essa evolução em<br />

um texto misto e intermídiatico com diversos personagens, jogos de<br />

narrativa, referências intertextuais, intermidiáticas e de metalinguagem. É<br />

uma obra contemporânea, sofisticada, que se presta a vários níveis de leitura.<br />

<strong>Scripta</strong> <strong>Uniandrade</strong>, v. 9, n. 2, jul.-dez. 2011<br />

188

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