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Scripta 9_2_link_final.pdf - Uniandrade

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linguagem dos quadrinhos ainda estava em desenvolvimento –, evolui para<br />

a sobreposição de quadros e fusão de imagens e textos. As referências<br />

aparecem tanto como homenagens, quanto como sátiras ou relações sobre<br />

estilos próprios de outros autores, questões do processo criativo, desde o<br />

roteiro até a <strong>final</strong>ização da história, incluindo elementos do desenvolvimento<br />

da própria obra Alice in Sunderland, em forma de metalinguagem.<br />

Para aprofundar as questões sobre a linguagem dos quadrinhos é<br />

necessário uma breve introdução sobre sua história, assim como de algumas<br />

características próprias de sua linguagem. As histórias em quadrinhos,<br />

difundidas até este início de século, impressas em papel – revistas, livros ou<br />

jornais –, com desenhos e textos, surgiram no <strong>final</strong> do século XIX. Um dos<br />

precursores dessa mídia é Wilhelm Busch, criador de Juca e Chico (Max und<br />

Moritz), em 1865, que serviu de inspiração para a série Os sobrinhos do capitão<br />

(Katzenjammer Kids), de Rudolph Dirks, em 1897. Antes disso, em 1895,<br />

surgiu a série O menino amarelo (The Yellow Kid), de Richard F. Outcault que,<br />

segundo Álvaro de Moya é: “considerada a primeira história em quadrinhos<br />

continuada, com personagem semanal, aos domingos, em cores, no Sunday<br />

New York Journal” (MOYA, 1993, p. 17). Até então, havia caricaturas, charges<br />

e ilustrações, porém, sem personagens com histórias em série.<br />

Outra obra importante da história das histórias em quadrinhos é<br />

Little Nemo in Slumberland, de Winsor McCay. O autor publica nas páginas<br />

dominicais desenhos surrealistas. Mas nessa obra do início da década de<br />

1910, os balões ainda não estão totalmente consolidados na forma de traço<br />

bem definido que viria a se transformar ao longo dos anos, e acabam<br />

sendo contornos dos diálogos. Porém, nesse período, já existe uma grande<br />

preocupação estética em relação aos desenhos, aos requadros, ao uso das<br />

cores e composição da página. Mesmo em se tratando de um trabalho<br />

estético próprio do estilo do artista, já é o início do pensar sobre a forma<br />

da linguagem visual dos quadrinhos de um ponto de vista mais sofisticado<br />

e, no caso, surrealista.<br />

Desde 1865, tendo como base cronológica obras precursoras dos<br />

quadrinhos, muitas modificações ocorreram e algumas formas estruturais<br />

da linguagem se consolidaram até a década de 1930, como a narrativa<br />

sequencial, personagens de histórias seriadas, balões arredondados ou<br />

retangulares, legendas, onomatopeias, tipografias especiais, diversos tipos<br />

de requadros, dentre outras. A ligação texto e imagem, ao longo dos anos,<br />

à medida que os artistas estabeleciam o que seria a linguagem das histórias<br />

<strong>Scripta</strong> <strong>Uniandrade</strong>, v. 9, n. 2, jul.-dez. 2011 177

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