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Scripta 9_2_link_final.pdf - Uniandrade

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Sabemos que a adaptação passa por um processo de escolhas em<br />

que vários fatores são levados em consideração – as convenções de gênero<br />

e mídia e os compromissos políticos, históricos e pessoais. A adaptação<br />

deve ser realizada tanto de forma criativa como interpretativa, num contexto<br />

ideológico, social, histórico, cultural, pessoal e estético; a adaptação pode<br />

ser usada para realizar uma crítica social ou cultural. Obviamente o adaptador<br />

tem uma razão pessoal para decidir por uma obra em detrimento de outra,<br />

sendo que o seu ponto de vista pessoal, fatores culturais e históricos<br />

condicionam a escolha da obra a ser adaptada e a forma de realização<br />

(HUTCHEON, 2006, p. 92-108). Para Hutcheon, o apelo da adaptação<br />

reside na mistura entre a repetição e a diferença, bem como entre a<br />

familiaridade e a inovação (p. 114). Em relação ao assunto, Stam (2006)<br />

afirma que<br />

O termo para adaptação enquanto “leitura” da fonte do romance sugere que<br />

assim como qualquer texto pode gerar uma infinidade de leituras, qualquer<br />

romance pode gerar um número infinito de leituras para adaptação, que<br />

serão inevitavelmente parciais, pessoais, conjunturais, com interesses<br />

específicos. (p. 27)<br />

O conceito proposto por Stam (2006) parece complementar a<br />

posição dos teóricos apresentadas anteriormente, particularmente quando<br />

ele se posiciona em relação às adaptações de romances. Afirma que,<br />

No caso das adaptações cinematográficas dos romances, [...], o romance<br />

original ou hipotexto é transformado por uma série complexa de operações:<br />

seleção, amplificação, concretização, atualização, crítica, extrapolação,<br />

popularização, reacentuação, transculturalização. O romance original, nesse<br />

sentido, pode ser visto como uma expressão situada, produzida em um<br />

meio e em um contexto histórico e social e, posteriormente, transformada<br />

em outra expressão, igualmente situada, produzida em um contexto diferente<br />

e transmitida em um meio diferente. O texto original é uma densa rede<br />

informacional, uma série de pistas verbais que o filme que vai adaptá-lo<br />

pode escolher, amplificar, ignorar, subverter ou transformar. A adaptação<br />

cinematográfica de um romance faz essas transformações de acordo com os<br />

protocolos de um meio distinto, absorvendo e alterando os gêneros<br />

disponíveis e intertextos através do prisma dos discursos e ideologias em<br />

voga, e pela mediação de uma série de filtros: estilo de estúdio, moda<br />

ideológica, constrições políticas e econômicas, predileções autorais, estrelas<br />

<strong>Scripta</strong> <strong>Uniandrade</strong>, v. 9, n. 2, jul.-dez. 2011<br />

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