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Guardiola Confidencial - Marti Perarnau-1

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equipe mantém a capacidade de sufocar o adversário, pois evolui rapidamente<br />

em direção ao gol rival, mas ainda não consegue determinar o ritmo do jogo. A<br />

insistência de <strong>Guardiola</strong> em ditar o ritmo da partida se deve a seu desejo de<br />

reduzir ao mínimo a intervenção do acaso — que sempre existirá, assim como<br />

pode acontecer um erro, um rebote ou um lance inesperado, mas Pep quer<br />

limitar a chance de que ocorram. O treinador pretende que sua equipe percorra<br />

caminhos predeterminados, que deem segurança aos jogadores e reduzam os<br />

riscos ao mínimo.<br />

Por essa razão, insiste em conceitos como o de sair jogando com calma ou<br />

pressionar imediatamente quando surge a ameaça de um contra-ataque. Sair<br />

jogando não significa apenas passar a bola, mas fazer todos avançarem juntos.<br />

Atualmente, o Bay ern se limita a passar a bola: de defensor para defensor, quase<br />

sempre na horizontal, de um lado para o outro, desenhando um u que vai de<br />

Lahm a Boateng , depois para Dante e, por fim, a Alaba. Às vezes, com<br />

Schweinsteiger entre os quatro. Então, são cinco jogadores passando a bola sem<br />

avançar nem conseguir empurrar o rival para trás. Sair jogando implica ser mais<br />

valente e agressivo: pegar a bola e atravessar as linhas adversárias sem medo do<br />

vazio que ficará atrás. E todos precisam avançar juntos.<br />

Este é um princípio indispensável para <strong>Guardiola</strong>. Aprendeu-o com Johan<br />

Cruyff. “Se você sai jogando bem — dizia o gênio holandês —, pode chegar a<br />

jogar bem de verdade. Se não o fizer, não tem nenhuma chance.” Cruyff<br />

sempre acreditou que o segredo para o equilíbrio no jogo é o controle da bola. Se<br />

você perde poucas bolas, terá uma equipe equilibrada. Para Pep, isso é um<br />

preceito. Ele quer que sua equipe saia jogando, que seus atletas atuem agrupados,<br />

sejam agressivos, não tenham medo de cruzar as linhas defensivas do adversário<br />

e, além disso tudo, que não percam a bola. <strong>Guardiola</strong> pede muito. Na verdade,<br />

quer tudo.<br />

E deixa Frankfurt inquieto. Sente que ainda falta muito para construir. Os<br />

jogadores começam a dar sinais de que compreendem o que o treinador<br />

pretende, mas por enquanto não conseguem executar suas ideias de maneira<br />

constante. Se saem jogando, ainda não são capazes de pressionar no campo rival<br />

para evitar contra--ataques. Se estão concentrados em não perder a bola, perdem<br />

a agressividade. <strong>Guardiola</strong> coça a cabeça sem parar. É sua maneira de mostrar<br />

uma grande preocupação. Quando volta a Säbener Straβe, um membro da<br />

comissão técnica lhe recorda do que foi dito dez dias antes: “Ganhar a<br />

Bundesliga. O objetivo da temporada é ganhar a Bundesliga”.<br />

Há vários desafios no horizonte, mas um único alvo.

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